sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

A-forum

este é um espaço de debate...

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

como se faz uma entrevista?

O que é uma entrevista?

Uma entrevista é uma conversa em que uma pessoa pergunta e a outra responde.

A quem pergunta chama-se o entrevistador e a quem responde chama-se o entrevistado.

O que se pergunta?

O entrevistador pede informações e opiniões ao entrevistado sobre um assunto escolhido.

Quem escolhe o assunto é o entrevistador, mas este deve perguntar ao entrevistado se aceita dar informações e opiniões sobre esse mesmo assunto antes da entrevista começar.

O entrevistador deve evitar dar as suas opiniões sobre o assunto.

Se queres fazer uma entrevista então deves dar os seguintes passos:

- Decidires que informações queres recolher com a entrevista.

- Escolheres alguém que te possa dar estas informações através de uma entrevista.

- Pensares e escreveres as perguntas ou os assuntos a questionar.Se quiseres respostas mais completas do que o “sim” “não”e “talvez”, deves fazer perguntas abertas. As perguntas abertas são aquelas às quais não se pode responder com estas poucas palavras. Compara as respostas que dás às perguntas que agora te faço: gostas de andar na escola? Do que é que gostas na escola? A primeira é uma pergunta fechada, a segunda é uma pergunta aberta. As perguntas devem ser muito simples e pequenas para não criarem confusão.

- Treinares a entrevista usando um gravador ou ensaiando com um amigo ou colega (ou outra pessoa).

- Contactares com o entrevistado e dares-lhe um ideia rápida de quem és e do que pretendes falar com ele. Marca o local e a hora da entrevista.

- Sempre que possível deves chegar ao local da entrevista mais cedo do que o combinado e preparares as cadeiras, a mesa (se a houver), levar as perguntas escritas, folhas em branco, caneta e gravador (opcional).

- Apresentares-te ao entrevistado e explicares o objectivo da entrevista. Pedires-lhe licença para escrever ou gravar as suas respostas.

- Fazeres as perguntas uma de cada vez, ouvires atentamente a resposta e assim que conseguires toma nota por escrito. Poderás optar pelo uso do gravador.

- Se a resposta te parecer complicada, verifica se a compreendeste perguntando por exemplo: eu percebi que a sua opinião era ...blá blá blá. Era isto que me queria dizer?

No fim agradece e despede-te.




ATENÇÃO

Como em qualquer conversa o nosso corpo também “fala”. Assim deves ter uma expressão simpática, interessada e atenta. Conseguirás fazer estas expressões se realmente te sentires nessa altura simpático, interessado e atento.






BOM TRABALHO!

aconselhamento parental: treino de pais


Análise Funcional do comportamento

Definir comportamentos

Aprender a registar comportamentos.

a) Que parâmetros registar: frequência, intensidade, duração
b) Registo contínuo/Registo por intervalos

Estabelecer linha base


Técnicas para Aumentar a Frequência de Comportamentos: Reforço Positivo

Selecção de Reforços

1) Identificar reforços eficazes para aquele indivíduo.
2) Utilizar diferentes reforços.
3) Usar sempre que possível reforços generalizados. Passar da utilização de reforços
materiais para reforços sociais e naturais do meio ambiente do indivíduo.
4) Assegurar-se do controlo das fontes de reforço e que não existam contingências
competidoras.

Aplicação dos Reforços

1) Cada vez que se aplica um reforço deve-se clarificar o comportamento e a relação entre o comportamento e o reforço aplicado (facilita a discriminação).
2) Aplicar os reforços de forma imediata e contingente, para posteriormente ir aumentando o lapso de tempo entre o comportamento e o reforço.
3) Reforçar a conduta frequentemente (programa contínuo) até chegar a uma frequência ideal, para depois passar a um programa intermitente.
4) No caso de um comportamento complicado, dividi-lo em passos e reforçar a criança a cada passo conseguido. No início, reforçar aproximações ao comportamento desejado.

orientações para professores tutores


ORIENTAÇÕES


Tutoria pode definir-se como um processo em que uma pessoa, ajuda e apoia a aprendizagem de outra de uma forma interactiva, significativa e sistemática.

A tutoria era já uma prática comum na Grécia e Roma antigas. Actualmente a investigação mostra que a tutoria pode ser altamente eficaz, pois permite ao aluno mais reflexão acerca da aprendizagem, uso de vocabulário mais simples, mais exemplos, mais prática, mais feed-back e elogio, maior auto-regulação e tomada a seu cargo do processo de aprendizagem, mais incitamento e autocorrecção, maior resolução de mal entendidos, entre outros.


OBJECTIVOS


A tutoria está prevista na legislação e os seus objectivos são:

- apoio à integração do aluno na turma e na escola
- aconselhamento e orientação no estudo e nas tarefas escolares
- promover a articulação das actividades escolares com outras actividades formativas

Para alcançar estes objectivos deve o tutor articular com a família, apoios educativos, SPO e DT.



PROCEDIMENTO

O procedimento proposto para a tutoria é o seguinte: encontros semanais, entre tutor (professor) e tutorado (aluno) em formato de sessões de trabalho e de entrevista:


A entrevista é a situação concreta de diálogo entre o tutor e o aluno. Na entrevista pode conhecer-se melhor o aluno, oferecer-lhe uma ajuda personalizada e ajudá-lo a conhecer-se melhor. É ideal para os primeiros encontros, para ajudar os alunos a integrarem-se na turma e na escola, para resolver problemas, para momentos críticos, entre outros.



O trabalho do tutor baseia-se num relação de confiança, empatia, envolvimento, genuinidade e é centrado nas necessidades do aluno. É um processo de ACONSELHAMENTO.

As sessões/entrevistas de trabalho serão semidirectivas e semiestruturadas: o objecto de diálogo e de trabalho é negociado entre tutor e tutorado de modo a encontrar convergências entre as necessidades identificadas pelo CT e as percebidas pelo aluno.



Nas entrevistas/sessões de tutoria, sugere-se ao tutor:

Evitar interrogatórios e o desejo de controlar a situação;

Não ser impositivo, nem manipulador, nem paternalista;

Informar claramente que se deseja ajudar, que o tutor se interessa pelo aluno e que este pode contar com ele para expor as suas dúvidas e problemas;

Suprimir o 'protocolo' para se conseguir uma situação agradável, em que o aluno se sinta cómodo, seguro e sem se sentir julgado nem pressionado;

Não tentar conseguir tudo numa única entrevista; a tutoria é um processo contínuo, por isso deve haver entrevistas periódicas;

Não ter pressa;

Planificar a sessão de forma semi-estruturada e não a converter numa conversa informal.



O encontro inicial serve para estruturar a relação e motivar o aluno:

- Começar com um tema que possa ser interessante para o aluno compreender que o tutor não quer ser directivo. Sugestões de temas:
l. Expectativas que o aluno tem a curto, a médio e a longo prazo;
2. O que lhe agrada mais e o que agrada menos no trabalho escolar em geral;
3. Como pode melhorar os seus hábitos de trabalho e de estudo;
4. Se é feliz com o que faz e como o faz;
5. Que tipo de relação considera idónea entre professor e aluno

- Reflectir em conjunto sobre aspectos académicos e o futuro pessoal e escolar do aluno

- Questionar o aluno sobre as expectativas face à tutoria, corrigi-las se necessário e explicar-lhe como vai funcionar a mesma, o papel do tutor e o que se espera do aluno, o horário, como vão lidar com as faltas, etc..

- Por fim, deixar algum tema iniciado para a próxima entrevista. Para motivar alguns alunos poderá ser interessante planear para um futuro próximo uma sessão em que o aluno ensina algo ao tutor.


Nas sessões seguintes o tutor procurará aprofundar a relação de confiança, mostrando que está a fazer compreensão empática e escuta activa, assumindo posteriormente uma atitude de apoio na resolução de problemas.


As técnicas a usar poderão ser:


Posicionamento a 90º do tutor face ao tutorado

Uso da paráfrase. Ex: "então sentes que a mudança de turma te vai ajudar a melhorar os resultados escolares?". É imprescindível para criar uma boa relação e é acompanhada de suspensão da crítica, ou das sugestões.

Trabalho com o aluno (depois de ouvido atentamente), para transformar os problemas em objectivos. Em seguida listam-se propostas de solução, realizadas pelo aluno e pelo tutor.




Nas sessões de trabalho no apoio à organização do estudo, à aprendizagem de métodos de estudo e à realização de tarefas escolares, os tutores devem:

- Apoiar a realização de tarefas concretas, sendo por vezes necessário acompanhar o aluno até ao Centro de Recursos, salas de estudo ou até professores que possam esclarecer dúvidas.
- Ter como alvo os objectivos do aluno e as suas necessidades percebidas. Por vezes os alunos querem resolver pequenas tarefas mais do que realmente aprender. Deve-se começar tendo em conta as preocupações imediatas dos alunos, mas aos poucos tentar alargar os seus objectivos.
- Caminhar por pequenos passos.
- Equilibrar apoio e desafio de modo a que o aluno se vá tornando mais autónomo e se mantenha motivado.
- Evitar sermões. Fazer intervenções curtas.
- Usar a revisão e síntese dos encontrso anteriores e durante cada encontro.
- Concentrar-se na tarefa em mãos, evitando derivar para conversas irrelevantes. O tempo de tutoria é precioso.
- Variar. Misturar tarefas simples e difíceis, curtas e longas, altamente estruturadas e abertas, falar, ouvir, ler e escrever.
- Questionar. Não faça perguntas que exijam um resposta monossilábica. Ponha questões abertas, mas simples. Faça perguntas que levem o aluno a aplicar, analisar, prever, classificar, sintetizar, justificar ou avaliar o que está a aprender.
- Dar tempo para pensar.
- Elogiar quando os alunos resolverem problemas ou tarefas difíceis para eles. Elogie a autocorrecção. Elogie quando a frequência de erros diminui. Elogie uma actuação melhor, ainda que não seja perfeita. Elogie pela participação na sessão de tutoria. Elogie eficazmente especificando a razão porque o faz.


RESUMO

A tutoria visa apoiar o aluno na sua integração sócioafectiva na escola e no estudo e realização de tarefas escolares, articulando com a aprendizagem não formal.

O tutor usa a entrevista semiestruturada e semidirectiva para: estabelecer com o aluno uma relação de confiança, conhecer o aluno, motivá-lo, ajudá-lo a (re)formular objectivos, resolver problemas, aumentar o seu auto-conhecimento e a sua integração sócio-afectiva, explorar interesses...

A entrevista tem dois grandes momentos: um de escuta activa e empática, sem críticas nem sugestões e outra de formulação de objectivos e exploração de alternativas para resolver problemas concretos.

O tutor usa as sessões de trabalho e estudo para ajudar o aluno a organizar-se e a realizar o estudo e as tarefas escolares, ensinando através de demonstração o uso de métodos de estudo...

Na mesma sessão poderá usar as técnicas de entrevista e de sessão de estudo.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

etapas para uma comunicação eficaz

· Qual é o meu objectivo prioritário?

· O que espero exactamente do destinatário da minha mensagem?

· Como poderei saber se atingi o meu objectivo?

· Quem é o meu interlocutor?
( disponibilidade, vontade, competência, experiência, recursos,etc.)

· Quais os meios que possuo?
* Os meios que domino melhor
* Os mais adaptados ao interlocutor
* Equilíbrio entre custos e benefícios
* Como posso adequar os meios ao meu interlocutor

· Como despertar o interesse do interlocutor
* Como posso mostrar-lhe o meu respeito e auscultar a sua disponibilidade e interesse?
* Como vou explicar-lhe o motivo da abordagem e o que espero dele?

· Transmitir a mensagem adaptando-a ao interlocutor (linguagem verbal e não verbal)

· Dar e pedir feed-back de modo objectivo e específico:
* Correctivo
* Informacional
* Reforçador

contrato de trabalho a termo certo

CONTRATO DE TRABALHO A TERMO CERTO
Entre a Contel, Lda. , com sede na rua xis, 45 B, registada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa, sob a matrícula 12345, pessoa colectiva n.º 999989, neste acto representada pelo seu director de pessoal João Freitas, na qualidade de primeiro outorgante e Luís Boal, solteiro, portador do B.I. n.º 8765432, de 4 de Janeiro de 1993, emitido em Lisboa, contribuinte n.º 65456789, residente na rua do Sobe e desce, n.º 50, igualmente em Lisboa, celebra-se o contrato de trabalho a termo certo, que se rege pelas normas legais em vigor e submete-se às seguintes cláusulas, na qualidade de segundo outorgante:

O contrato terá o seu início de vigência a 1 de Janeiro de 2007.

O prazo de vigência do contrato é de seis meses a contar da data estipulada na cláusula anterior.

Existirá um período experimental de quinze dias, no decurso do mesmo qualquer das partes poderá rescindir o presente contrato sem aviso prévio nem invocação de justa causa, não havendo lugar a qualquer indemnização.

O presente contrato vigorará pelo prazo estabelecido na cláusula segunda, em razão de um acréscimo temporário da actividade da empresa, nomeadamente a …….

O segundo outorgante com a categoria de Técnico de aaaaa, exercerá funções de instalação, manutenção e reparação do equipamento da empresa.

Pelos serviços prestados, o primeiro outorgante pagará mensalmente ao segundo outorgante o vencimento ilíquido de x Euros, ao que se acresce y Euros diários e z Euros, a título de subsídio de alimentação e de transporte, respectivamente.


O trabalho será prestado na sede do 1º outorgante anteriormente identificada.


O período semanal de trabalho tem a duração de 40h, compreendida entre 2ª e 6ª feira, observando-se o seguinte horário diário:Entrada entre asa 8h00 e as 10h00Almoço- 1 hora entre as 12h00 e as 14h00Saída entre as 17h00 e as 19h00

O 2º outorgante gozará, nos termos da legislação aplicável, do direito de férias.
10º
Os prazos de aviso prévio para a denúncia e resolução do presente contrato são os resultantes das disposições aplicáveis no ...(referência ao Código de Trabalho).
Lavrado em Lisboa, em quinze de Dezembro de 1997, constando de dois exemplares, devidamente assinados e distribuídos a ambas as partes.

O primeiro outorgante:


O segundo outorgante:

assertividade em situações de trabalho-ficha de treino

ASSERTIVIDADE EM SITUAÇÕES DE TRABALHO



SITUAÇÃO 1 - EXPRESSAR ABORRECIMENTO OU DESPRAZER

Você é um supervisor e um dos seus subordinados chega sistematicamente tarde ao trabalho, por isso chamou-o ao seu gabinete para discutirem este assunto.

VOCÊ: ___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

SUBORDINADO: Não tenho culpa, adormeci.

VOCÊ:____________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________


SUBORDINADO: Quinze ou vinte minutos não fazem grande diferença pois não?!

VOCÊ:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

SUBORDINADO: Já vi outros colegas chegarem tarde, não sou o único!

VOCÊ:____________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________




SITUAÇÃO 2 - RECUSAR UM PEDIDO

Está com trabalho “pelos cabelos”. Não pode assumir qualquer outra tarefa neste momento. Um dos seus colegas chegou agora ao pé de si para lhe pedir ajuda no trabalho dele.

COLEGA: Estou muito ocupado e preciso que alguém fique a vigiar a minha máquina durante o intervalo do almoço.

VOCÊ:____________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

COLEGA:Por favor, só desta vez.

VOCÊ:____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

COLEGA: Não estás assim tão ocupado!

VOCÊ:____________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________

OEP- as funções dos engenheiros

Segundo o dicionário o Engenheiro é:

“Uma pessoa que adquiriu uma formação superior e se especializou na colocação em prática de certas aplicações da ciência. Os seus conhecimentos tornam-no apto a participar em investigações, a ocupar funções científicas ou técnicas activas, com vista a criar, organizar, dirigir os trabalhos que daí decorrem e ter um papel na chefia ou na assessoria técnico-científica.”


O PAPEL DO ENGENHEIRO NA CRIAÇÃO E CONCEPÇÃO -I & D

· O engenheiro concebe ou cria bens tangíveis utilizando a sua competência técnica e científica.
· Trata-se da criação e concepção de novas ideias, novos meios ou métodos, novos bens materiais.
· A criação e concepção desencadeia um processo em quatro fases:

I -Investigação
II - Estudo
III - Fabricação
IV - Comercialização



************


I - Investigação


Realizada em laboratórios, raramente consiste na procura de leis gerais da Física, da Química, da Electricidade, etc. (investigação fundamental). É muito mais frequente que se trate de investigação aplicada, orientada para o melhoramento de determinado produto.


II - Estudo


É nos “Gabinetes de Estudos” ou nos “Gabinetes de Estudos e Desenvolvimento” que se dão os últimos passos da investigação aplicada. São desencadeadas experiências e ensaios até se chegar ao produto industrial definitivo. Um dos últimos passos é a elaboração do protótipo.



III - Fabricação/Produção


Fase da realização definitiva do produto que será comercializado. A fabricação tem as seguintes fases:
· Definição de métodos e meios de fabricação
· Produção
· Controlo de qualidade
· Manutenção do material de produção


Para se chegar a uma produção de qualidade, o engenheiro põe em prática não só as suas competências técnicas, como as suas capacidades de coordenar e dirigir pessoal



IV - Comercialização

Não basta criar, inventar, fabricar o melhor e o mais barato possível. É também necessário que o produto corresponda às necessidades do cliente.
No caso dos produtos industriais é necessário que a competência técnica do engenheiro seja elevada, pois mesmo que o produto se dirija ao grande consumo, passa primeiro por uma clientela intermediária que é versada tecnicamente.
O engenheiro comercial deve conhecer e compreender todas as possibilidades de utilização do produto, assim como ser capaz de prever adaptações eventuais em função de problemas particulares colocados pelos clientes.



O PAPEL DO ENGENHEIRO NA ORGANIZAÇÃO E NA DIRECÇÃO


A criação de bens industriais atinge uma elevada complexidade e requer a intervenção de numerosos trabalhadores, muitas vezes com funções altamente específicas. Esta complexidade exige uma grande coordenação das actividades, controlo dos desempenhos, etc.

As empresas têm de recorrer a especialistas aptos a observar como é que os objectivos estão ou não a ser alcançados, estabelecer diagnósticos das situações, prescrever soluções e propô-las aos “decisores”.
As funções de organização e de gestão são confiadas a Engenheiros de Produção que intervêm no domínio dos instrumentos/aparelhagem utilizada e na articulação das diversas funções profissionais entre si, com vista a melhorar as condições de execução.



DISTRIBUIÇÃO DOS ENGENHEIROS PELAS DIVERSAS FUNÇÕES


Segundo a empresa, a sua organização, a sua dimensão, entre outros factores, assim a repartição dos engenheiros pelas diversas funções.
Em pequenas e médias empresas verificam-se agrupamentos de várias funções sobe a direcção de um mesmo engenheiro. Muitas vezes as empresas não têm um serviço de investigação próprio. As empresas de serviços recrutam engenheiros para funções bem definidas.

Em empresas de grande dimensão não é raro encontrar engenheiros em lugares de Directores de Marketing ou Directores Financeiros, que graças às funções exercidas ao longo da sua carreira adquirem conhecimentos e competências necessárias as estas funções.

guia de visita de estudo a empresa -alunos de cursos técnicos e profissionais

GUIA PARA RECOLHA DE INFORMAÇÕES DURANTE VISITAS DE ESTUDO A EMPRESAS



Nome da empresa:

Número total de trabalhadores:

Produtos:

Breve história e idade da empresa:

Departamentos, Secções, Organograma:

Número de técnicos de x :

Tipo de funções que desempenham e suas principais tarefas:

Formação académica e profissional que possuem:

Quais são os critérios para considerar que um técnico tem um bom desempenho:

Como é que um técnico pode ascender na carreira? Quais os benefícios alcançados?

Como é habitualmente o processo de selecção de novos técnicos de x para a empresa?

O que mais se valoriza num candidato que acabou recentemente um curso x?

Qual é a Missão desta empresa?

Quais as estratégias mais recentes da empresa?

Quais os principais veículos de comunicação formal da empresa?

O que tem sido eventualmente feito para aumentar a eficácia da comunicação em geral?

Se quizesse completar esta frase como o faria ? “ Nós aqui somos…”, ou “O que nos distingue das outras empresas é…”

Outros dados sobre a empresa:





Data __/__/__ Aluno(s):

procrastinar

É deixar para amanhã o que se pode fazer hoje, o que se deve fazer hoje, o que é imprescindível que se faça hoje!
De todas as ameaças ao sucesso esta é a mais perturbadora e desconcertante.Os truques são vários.

Três casos

“O estudo será feito logo, em casa; não posso estudar quando chego a casa porque preciso de descansar de um dia inteiro de escola, longo e cansativo; à noite não dá para estudar porque os meus pais têm a TV ligada e o meu irmão está a ouvir música;…mas no fim-de-semana agarro-me, mas se não for neste, será no próximo!”

“Não posso fazer este relatório até ter lido todos os livros da biblioteca, e ainda não fui à biblioteca porque perdi uma aula no início do período onde se explicava como se arranjava o cartão”

“Como o professor não gosta de mim vou chumbar de qualquer maneira, quer estude ou não”

A procrastinação deve-se a conflitos internos, por vezes entre ser-se perfeccionista e gostar de gozar o tempo livre. É uma resistência passiva, armadilhada, à eficácia pessoal. Tem sempre um benefício secundário a curto prazo, que bloqueia o alcance de metas de vida importantes para o indivíduo. Gera quase sempre ansiedade, desilusão consigo mesmo e diminui a credibilidade face aos outros.
Acabar com a procrastinação implica clarificar objectivos e tomar decisões sobre o que realmente se quer ou não fazer e tomar consciência das respectivas consequências.

a questão dos limites

"Não restam dúvidas de que hoje há insegurança sobre a educação dos filhos. Existem teses e teorias diversas, que apontam direcções, muitas vezes opostas, e que criam um dilema para os pais: - Como educar? Qual é o caminho correcto? Uma coisa parece ser certa: as atitudes firmes e coerentes são fundamentais na educação dos filhos.

Limites, regras e vida em sociedade

Por mais que lhe custe ouvir falar deste assunto, não se esqueça que os limites e as punições são uma constante nas nossas vidas. Por exemplo: um motorista que segue acima do limite máximo de velocidade permitido, será multado, ou seja, punido. Viver em sociedade significa obedecer a regras. Muitas vezes não percebemos, mas estamos constantemente a respeitar e a definir limites. Não seria possível viver colectivamente sem eles. Por isso, a criança precisa aprender desde cedo como comportar-se em grupo. Naturalmente que é dever dos pais atender os pedidos dos filhos, mas sempre dentro de determinados limites impostos pela sociedade e pela educação dos próprios progenitores. É preciso saber dizer não, de uma forma positiva e coerente, caso contrário vamos estar a interferir no desenvolvimento correcto da criança.

Saber dizer "não"

Dizer "não" a uma criança é uma atitude, dentro do processo educativo, necessária e saudável. A criança precisa de compreender que existem regras, que tudo tem um momento certo e que há horas para brincar, para dormir, estudar etc. Quando a criança tem liberdade total, tem dificuldade em apreender e aceitar regras e limites. A falta de firmeza dos pais leva a criança a impor a sua vontade. Então, é ela que determina o que vai comer, o que vai vestir, que programa assistir na TV, como deve ser mobiliado seu quarto, etc. Habituados a impor a sua vontade, a criança e o adolescente não aceitam ser contrariados. Dizer "não" a uma criança, no momento certo, não é prejudicial. Muito pelo contrário. Esta pequena palavra é necessária, uma vez que a criança está ainda a construir a sua concepção do mundo. A criança precisa de conhecer os limites, saber distinguir aquilo que pode ou não ser feito, para conseguir viver em sociedade. Ao contrário do que muitos pais pensam, a criança é capaz de entender um "não". A recusa não gera traumas, mas tem que ter uma razão e coerência. Ao proferir a negação, o adulto mostra que se preocupa com a criança, e, para ela, isto vale muito mais do que muitos brinquedos ou a realização de todas as suas vontades. Ela poderá chorar ou "fazer birra", mas isso faz parte da sua socialização. Assim, o adulto deve pensar no bem da criança quando tiver diante de si uma situação em que precise de negá-la. Pode ser um pouco difícil dizer não, mas é preferível ver uma cara triste por apenas alguns momentos, do que testemunhar problemas mais graves que poderão fazer a criança sofrer mais tarde.

Os limites, os castigos e a culpa

Os limites ensinam à criança como respeitar o próximo, facilitando a socialização, por isso devem fazer parte da educação. Uma vez que vivemos em sociedade, é necessário haver respeito pelas regras pelas quais esta se rege. Quando um limite não é respeitado, é importante que haja um "castigo", que não deve ser físico. Pode-se, por exemplo, proibir uma brincadeira ou um passeio de que a criança goste. Mas atenção, a punição deve ser sempre equivalente à gravidade do acto cometido e aplicada de imediato. É importante deixarmos claro que "limite" é diferente de "repressão". O primeiro actua sobre a criança através dos castigos, enquanto que a repressão o faz através da culpa. O castigo age sobre o acto e a culpa sobre a pessoa. Durante o desenvolvimento da criança, estabelecer e conhecer os limites é saudável quando estes se referem apenas aos actos, não desmerecendo ou desvalorizando a pessoa. A criança não deve sentir-se culpada pelos seus actos, mas ser-lhe imputada responsabilidade por estes. Alguns limites - conselhos Assim, aqui vão alguns conselhos para conseguir colocar limites de uma forma positiva:
· Não autorize ou proíba conforme os seus desejos pessoais e o estado de espírito do momento;
· Demonstre que os adultos também têm limites a respeitar;
· Justifique os motivos do limite: "não faças isso porque eu não quero ou porque eu não gosto" não é justificação. As razões devem ter a ver com segurança e/ou com respeito;
· Não dê castigos físicos - rapidamente deixam de surtir efeito;
· Diga qual punição a dar quando um limite é ultrapassado, e não deixe de a executar;
· Dê castigos brandos para atitudes pouco graves e castigos pesados para atitudes graves;
· Deixe claro que a punição corresponde ao acto e não à pessoa;
· Repita um "não" quantas vezes for necessário;
· Use a sua autoridade sem humilhar;
· Use da afectividade para impor limites. Dar o exemplo - ajustá-lo à criança / ressalvar a diferença

A criança precisa de parâmetros

Os adultos, são responsáveis directos no que diz respeito à sua aprendizagem, porque as crianças buscam neles um reforço, seja ele negativo ou positivo. Por isso, é preciso estar atento aos comportamentos que tomamos. Lembre-se que os nossos modos são imitados pelas crianças. Se dizemos que uma atitude não é correcta e mesmo assim a fazemos, com certeza a criança ficará insegura, não acreditará no que lhe é dito e fará exactamente o que não devia, já que ela aprende muito mais pelo que vê do que pelo que ouve.
Para rematar:
· Explique sempre quando e porquê as suas acções lhe são permitidas a si e à criança não. Refira razões de capacidade, idade, segurança, adequação ou responsabilidade.
· Nunca tenha medo de dizer "não", mas explique sempre porquê.
· Deixe a criança colaborar, na medida do possível.
· Quando e sempre que for possível, ensine. "


texto integral retirado de http://www.educacao.TE.pt em Maio de 2006

o que é a dislexia?





Entende-se por dislexia uma dificuldade de aprendizagem específica, que afecta a leitura e a escrita. Quem tem dislexia não automatizou a identificação de palavras e a leitura é mais lenta e com erros. O leitor com dislexia pode ter que soletrar as palavras, sobretudo se forem pouco familiares, relê-las ou reler a frase. Ao concentrar-se mais na tarefa de descodificação do texto pode ter mais dificuldade em concentrar-se nos conteúdos. Também, para o disléxico, a escrita é uma actividade não suficientemente automatizada, e pode sentir dificuldade em pôr por escrito as suas ideias, organizar as frases e memorizar a ortografia das palavras.

A dislexia tem origem, na maioria dos casos, numa dificuldade fonológica, ou seja em segmentar os sons da fala nas suas unidades mínimas, os fonemas, e fazer a associação entre os fonemas e os grafemas ou letras. É uma questão de funcionamento neurológico, que podemos considerar não como uma deficiência mas como um modo de funcionar.

A dislexia está muitas vezes associada a boas capacidades noutras áreas do funcionamento intelectual tais como, por exemplo, o raciocínio lógico, a capacidade de abstracção, o raciocínio espacial, a criatividade.

Existem graus de dislexia pelo que a situação pode ser mais ou menos acentuada. Também as condições em que decorreu a aprendizagem da leitura e escrita nos primeiros anos de escolaridade, o apoio e tipo de ensino que a criança teve, influenciam o futuro desempenho do disléxico.

É comum o disléxico ter desenvolvido outros problemas, não pela dislexia em si mas pelas suas consequências no rendimento escolar e na imagem de si próprio. O disléxico que não teve o devido apoio desde o início da escolaridade sentiu de forma intensa o insucesso nas tarefas que são as mais importantes na escola: ler e escrever.


É natural que tenha desenvolvido uma baixa auto-estima como aluno, ansiedade em várias situações escolares, evitamento de tarefas escolares que envolvem leitura e escrita. Por estes motivos pode acontecer que esteja a ter resultados escolares abaixo das suas capacidades.

O que se pode fazer para minorar os problemas no ensino secundário

A identificação da dislexia deve ser feita o mais cedo possível para que a criança tenha um ensino adequado na fase de aprendizagem de leitura e escrita. No entanto, é possível melhorar a situação em qualquer idade.

No ensino secundário a ajuda pode passar pelos seguintes aspectos, tendo sempre em atenção a individualidade e características de cada aluno:

Treino fonológico – Exercícios de segmentação e fusão de fonemas;
Treino de escrita – Aprender a escrever mais correctamente usando técnicas de escrita;
Treino de leitura – Aprender técnicas de leitura mais eficazes;
Desenvolvimento de métodos de estudo – Conhecer o seu estilo de aprendizagem e tirar mais partido do estudo usando técnicas mais eficazes;
Aprender a reduzir a ansiedade – Aprender a ter mais segurança ao desempenhar tarefas escolares e nas situações de avaliação.
Desenvolver uma auto-estima positiva – Aprender a acreditar em si, a valorizar e ter confiança nas suas capacidades e a lidar com as suas dificuldades.

Medidas de Ensino Especial :

Adaptações na avaliação - Adaptando ou dando mais tempo nas avaliações escritas e não valorizando os erros, diversificando as modalidades de avaliação;
Aulas de Apoio Pedagógico Acrescido - em Língua Portuguesa para desenvolver alguns dos aspectos referidos acima, em Língua Estrangeira e pontualmente nas disciplinas que sinta necessidade;
Adaptações curriculares – adaptações nos programas das disciplinas, caso seja necessário em Língua Estrangeira.


texto de Luisa Mota

sábado, 16 de dezembro de 2006

dependências

Sítio do Instituto da Droga e da Toxicodependência:

http://www.idt.pt

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

conselhos aos pais que se separam

<• Reafirme, aos seus filhos, o seu amor por eles e que irá cuidar deles e satisfazer as suas necessidades, independentemente do que possa acontecer entre si e o outro progenitor. Diga-lhes que vai estar sempre ao pé deles e que tudo irá correr bem. Explique-lhes que existirão momentos em que vocês poderão sentir-se confusos, talvez tristes ou furiosos, mas que também terão momentos felizes.
• Conforte os seus filhos, seja o seu abrigo seguro, onde eles podem expressar os seus sentimentos. Esteja atento aos diferentes medos que possam ter e à possibilidade de se recriminarem pelos problemas que você possa estar a atravessar. Poderá ajudar recordar-se que «os filhos são bons observadores mas maus intérpretes.»
• Assegure, aos seus filhos, que eles ainda têm família mas agora em dois lares, em vez de um. Use termos positivos como «estar no teu outro lar» ou «estar com a mãe ou pai» em vez de falar em «visita.» Explique as coisas. Desmistifique as coisas com informação apropriada ao seu filho sobre as mudanças que podem ocorrer, o que será dife­rente e o que permanecerá igual.
• Seja o adulto. Mostre, pelos seus actos, que consegue enfrentar os pro­blemas e que os seus filhos podem confiar em si. Explique-lhes que a separação ou o divórcio é assunto de adultos entre a mãe e o pai. Nunca sugira ou diga que os seus filhos tiveram alguma culpa nas lutas com o seu ex-cônjuge ou no fim do vosso casamento. Não envolva os seus filhos na sua comunicação ou nos eventuais problemas com a mãe ou pai deles.
• Dê possibilidade aos seus filhos de poderem dar a sua opinião mas assuma a responsabilidade pela decisão final. Respeite as necessida­des, desejos e opiniões dos seus filhos. Mostre-lhes que são importan­tes e respeite as suas opiniões, mas não lhes pergunte com quem pre­ferem viver e se você e o outro progenitor se devem separar ou não.
• Forneça estrutura e previsibilidade. Um sentido de ordem é um ingredi­ente fundamental para fortalecer a segurança, continuidade e assegu­rar que as coisas estão sob controlo. As rotinas regulares, as regras caseiras e de segurança são componentes desta estrutura. A flexibilidade também é importante mas uma estrutura razoável é a base.
• Apoie o outro progenitor e facilite-lhe as coisas para ele ou ela terem uma boa relação com os seus filhos. Não fale mal dele ou dela nem tente virar os seus filhos contra ele ou ela. Se o outro progenitor for peri­goso ou agressivo, arranje ajuda especializada de imediato e proteja-se a si e aos seus filhos.
• Facilite ao outro progenitor o acesso ao que está a acontecer com os seus filhos. Os seus filhos precisam que vocês os dois estejam em con­tacto e atentos às suas necessidades, alegrias, sucessos, preocupa­ções, saúde e progressos. Troquem informações entre vós, mesmo nas coisas mais pequenas, se puderem. É uma grande conquista com a qual os vossos filhos lucrarão.
• Nunca ameace abandonar os seus filhos, nem mesmo na esperança de que assim lhe obedeçam. É desonesto e escusadamente ameaçador e pode fazer com que percam o respeito e a confiança que sentem por si.
• Mantenha um calendário, de fácil leitura, que os seus filhos possam con­sultar a qualquer momento. Mostre-lhes onde vai ser o outro lar. Leve-os consigo quando for ver apartamentos ou casas. Quando os seus filhos mudam de casa, precisam de um tempo para se adaptarem.
• Reconheça e reaja aos sinais de perigo. As crianças são resistentes mas só até um certo ponto. A partir daí, as coisas podem facilmente deteriorar-se. Esteja atento [atenta] aos sinais de perigo e não espere demasiado até procurar apoio profissional.
• Não dê a entender aos seus filhos que poderá vir a reconciliar-se com o outro progenitor. Alimentar falsas esperanças não vai ajudá-los a adap­tar-se à vida nova.
• Sossegue os seus filhos repetidamente, durante os primeiros dois anos, após a separação. Esta atitude, da sua parte, é muito importante para a sensação de segurança dos seus filhos, em particular através de actos e de manifestações de afecto que demonstram que você está feliz por eles serem seus filhos, que você os ama e que vai tomar conta deles para sempre.
• «Ofereça-se» aos seus filhos. Dê-lhes momentos em conjunto, contac­tos quando estiverem separados, a sua atenção, a sua presença física, assim como o seu amor; abraços, cotoveladas, risos e encorajamento. Tente não deixar estas coisas a cargo de amas, treinadores ou familia­res. Os seus filhos precisam é de si em primeiro lugar.>


Texto integral de :

Ricci, I. Casa da mãe casa do pai. Construir dois lares para os seus filhos. Um guia para pais separados, divorciados ou que voltaram a casar. Lisboa. Ed. Sílabo.2004

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

drogas, jovens, Lisboa

Texto parcial retirado da internet a 15/12/06


CONTEXTO: PROJECTO AVENTURA SOCIAL
Título:Quem afinal experimenta drogas em Lisboa?
Autores: Margarida Gaspar de Matos e Susana Fonseca Carvalhosa
Equipa do Aventura Social e Saúde, Junho 2001

Nota: Estudo realizado no âmbito do protocolo entre a Faculdade de Motricidade Humana e o Gabinete de Prevenção da Toxicodependência da Câmara Municipal de Lisboa.

"Resumo

Mas afinal, de acordo com um estudo realizado pelo projecto Aventura Social e Saúde, da Faculdade deMotricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, qual é o perfil dos adolescentes da cidade deLisboa que referem já ter experimentado drogas ilícitas?
De acordo com estes dados as raparigas experimentam menos. À medida que a idade avança (dos 11 para os 16 anos) aumenta a percentagem de jovens que já experimentaram.
Os resultados sugerem que no geral, os jovens que referem já ter experimentado apresentam um perfil deafastamento em relação à casa, à família e à escola, aparecendo com mais frequência um grupo de amigos com quem se dão fora da escola e depois da escola. Estes jovens apresentam com mais frequência outrosconsumos (tabaco e álcool) e referem mais frequentemente ter estado envolvidos em actos de provocaçãona escola. Estes resultados são confirmados num estudo mais vasto a nível nacional (Matos, Simões,Carvalhosa, Reis e Canha, 2000).
O perfil aparece assim esboçado, mas um perfil não serve apenas para nos preocuparmos, serve sim como pista para todos juntos nos inquirmos sobre a viabilidade e relevância de estilos de vida alternativos."

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

adolescentes e SIDA - dados da investigação

Estudos recentes mostram uma elevada prevalência de comportamentos de alto risco entre jovens, tanto sexuais quanto relacionados ao uso de drogas, e consequentemente ao HIV/SIDA, devido, principalmente, a falta de percepção de vulnerabilidade, o que torna difícil à inserção de medidas preventivas.

A associação entre a bebida alcoólica e a busca pelo prazer sexual correlaciona-se com uma menor percepção de vulnerabilidade à SIDA.

Num estudo de âmbito nacional em jovens (11,13 e 15 anos, cuja média de idades se situa nos 14 anos), levado a cabo por Matos e Equipa do Projecto Aventura Social & Saúde (2003), numa amostra estratificada por regiões do país em escolas que incluíam os 6º, 8º e 10º anos de escolaridade, os resultados relacionados com os comportamentos sexuais dos adolescentes foram:

-76.3% referem não ter tido relações sexuais,
-são os rapazes que mais frequentemente afirmam já ter tido relações sexuais (33.3% para 15.0% no sexo feminino),
-também são os rapazes que afirmam ter iniciado a vida sexual mais cedo, à semelhança dos jovens mais velhos (38.6% dos jovens com mais de 16 anos).

Neste estudo foi possível concluir que os rapazes são mais vulneráveis ao risco do que as raparigas.


O preservativo é o método mais usado entre os adolescentes, no entanto a sua
não utilização está associada às seguintes crenças e preocupações:

-a percepção de que não estão em risco (a maior parte, 40%, admite que só existe alguma possibilidade de ser contagiado);
-a confiança que depositam no(a) parceiro(a) (48.7% considera que o uso do preservativo é mais adequado com parceiros ocasionais);
-acreditam na sua capacidade para reconhecer um portador assintomático pelo seu aspecto físico (11.9%);
-as preocupações sobre o que é que os outros pensam, as suas opiniões (amigos e parceiros);
-acreditam que o uso do preservativo faz diminuir o prazer associado ao sexo (22.5% considera que o preservativo torna as relações sexuais menos satisfatórias);

As crenças/preocupações têm um papel superior à informação sobre os benefícios ou vantagens do uso do preservativo.

orientações para os professores de alunos disléxicos

Orientações para a avaliação

- nos testes, apresentação de textos mais curtos, questões mais directas, leitura e explicitação das mesmas por parte dos professores;

- as provas de avaliação devem ainda ser mais curtas/opção por responder a menos questões ou por ter mais tempo para a respectiva realização;

- na apresentação dos enunciados é importante ampliar o espaço entre linhas, o espaço para a resposta , ter cuidado com a nitidez., etc .;

- nos testes e fichas de avaliação deve proceder-se à adaptação das instruções . As perguntas devem ter baixa complexidade morfo-sintáctica, semântica e lexical. Podem ser utilizados testes com respostas múltiplas, especialmente a inglês;

- recordar que leia atentamente os testes antes de os entregar;

- não cotação de erros ortográficos embora sejam naturalmente corrigidos;

- atender a que os alunos disléxicos tendem a construir textos mais curtos e pobres de conteúdo;

- diversificar os meios de avaliação, dando maior peso à oralidade;

- privilegiar a avaliação contínua, dado ser comum que os disléxicos tenham desempenho instável e com retrocessos.


Orientações para as adaptações curriculares

Para melhorar as condições de aprendizagem, sugere-se que o aluno:

- realize fichas de trabalho com tarefas bem definidas e estruturadas do conteúdo leccionado que poderá ser realizado em aula ou como trabalho de casa.;

- receba orientação do seu estudo através de guiões , checklists, objectivos, perguntas, etc.;

- receba informação específica antes dos teste por forma a orientar o seu estudo;

- seja ajudado na leitura de textos e instruções;

- antes da exposição oral da lição fornecer-lhe um resumo do tema a tratar ;

- escrever no quadro palavras-chave, a fim de ajudar a tomar notas durante as aulas apresentadas oralmente;

- na disciplina de Língua Inglesa , dada a sua maior opacidade, recomenda-se que seja enfatizada a relação entre a fonologia e a ortografia da língua em causa, de forma explícita. Os exercícios de aprendizagem devem ser muito estruturados e graduais, com aprendizagem de uma competência de cada vez e devem também visar a sobreaprendizagem, pois o jovem tem dificuldades em reter a informação verbal. Deve privilegiar-se a compreensão e expressão oral. Os objectivos de aprendizagem devem ser reduzidos e/ou modificados de modo realista.





Outras recomendações

- dar a opção ao aluno de ler ou não em voz alta em público.
- o aluno deve sentar-se perto do quadro e do professor
- a família deve apoiar o estudo, nomeadamente lendo o material de estudo, corrigindo os apontamentos e ajudando a fazer resumos.

estilos de comunicação e sexualidade-sessões

INTRODUÇÃO



Segundo Nuno Nodin, os jovens adultos (18-25 anos), constituem uma faixa da população bastante negligenciada nas intervenções para a educação sexual e simultaneamente com significativa necessidade das mesmas, atendendo às peculiaridades do processo de transição para a vida adulta, fase plena de ambiguidade, de factores de stress e de risco. Vejam-se as taxas de incidência de aparecimento de problemas psicopatológicos e da toxicodependência.

Enquanto psicóloga do Serviço de Psicologia e Orientação, trabalho com jovens nesta faixa etária numa escola profissional pública e vou considerá-los a população-alvo para a planificação de sessões de educação sexual.

Fala-se frequentemente que é necessário ir para além do dar informação em educação sexual- da necessidade de se desenvolverem competências, e de se abordarem os afectos. Assim, a minha planificação insere-se no desenvolvimento de competências generalizáveis também à relação afectivo-sexual: a comunicação assertiva.

Ser assertivo é importante para manter uma auto-estima positiva, usufruir dos próprios direitos e respeitar os dos outros e insere-se numa postura positiva face a si e aos outros num “ganho eu, ganhas tu”. A assertividade inclui não só a auto-afirmação, como a expressão de sentimentos “positivos” e “negativos”. Por estas razões deverá constituir tema da educação sexual nas escolas.


SESSÕES

nota: o número de sessões fica ao critério de quem implementar este pequeno programa.



OBJECTIVOS


Conhecer e diferenciar os três estilos de comunicação: assertivo, passivo e agressivo


Reconhecer sinais verbais e não-verbais de cada estilo de comunicação


Reflectir sobre as consequências do uso de cada estilo


Tomar consciência do grau de facilidade/dificuldade em exibir uma comunicação assertiva em função dos interlocutores


Saber usar um estilo assertivo de comunicação


Aplicar os conhecimentos sobre assertividade a situações afectivas e sexuais


Auto-avaliação das aprendizagens sobre assertividade


ACTIVIDADES/ESTRATÉGIAS

Visionamento de vídeo com pequenos diálogos ilutrativos de cada estilo

Apresentação da definição de cada estilo

Revisionando os vídeos, fazer listagem dos sinais

Debate sobre as consequências do uso de cada estilo, para o próprio, para o outro e para a relação ( enfatizar a atitude de ganhar- ganhar subjacente à assertividade)

Preenchimento individual de ficha de auto-avaliação e posterior debate com participação voluntária

Dadas algumas situações, imaginar um diálogo, dramatizá-lo e gravá-lo para autoscopia

Análise em grupo dos pontos mais e dos que é preciso melhorar

Identificar situações críticas nos relacionamentos: nas suas componentes afectivas e sexuais

Em grupo escrever diálogos assertivos para algumas das situações sugeridas anteriormente e dramatizá-las

Reflexão em grupo sobre as aprendizagens feitas

Resposta a questionário para avaliação dos progressos pessoais percebidos.



RECURSOS


Vídeo - sobre os estilos comunicativos

Acetato com a definição dos estilos de comunicação

Ficha com situações descritas; câmara vídeo

Ficha de auto-avaliação dos estilos de comunicação

Quadro da sala

Questionário elaborado para avaliação dos progressos pessoais percebidos

programa educativo- currículo escolar próprio

medida i) do D.L.319/91 de 23 de Agosto- currículo escolar próprio




Um programa educativo (PE) serve para orientar os intervenientes no processo educativo, facilitar a integração máxima do aluno em causa, assim como aumentar o seu sucesso escolar.

O currículo escolar próprio tem por base os currículos regulares, mas contém adaptações que consistem em:

- eliminação de alguns itens de algumas disciplinas;
- reforço de determinados itens ou de determinadas disciplinas;
- introdução de itens diferentes em certas disciplinas;
- modificação do tempo previsto para as aprendizagens.

Dito de outro modo, as adaptações curriculares poderão ser relativas a:

- objectivos/competências: selecção; sequência e prioridade;
- conteúdos: selecção; sequência e prioridade;
- temporização;
- avaliação: critérios e procedimentos;
- metodologia: actividades; organização e recursos.


A elaboração de um PE começa pela:

- determinação do que o aluno é capaz de fazer relativamente ao currículo;
- caracterização global do aluno: atitudes, interesses, relacionamento social, etc.


Um aluno com PE - currículo próprio partilha com a turma actividades, mas por vezes estará a usar recursos diferentes, ou a ter um reforço pedagógico prévio, posterior, ou simultâneo às actividades da turma.

adaptações curriculares



Sugestões para usar com alunos com necessidades educativas especiais e com outros alunos

MATERIAIS - Diagnóstico


-Identificação de problemas ao nível dos materiais impressos e não impressos

-O aluno não tem competências necessárias para lidar com o material


-A complexidade do material excede o nível de compreensão do aluno


-A complexidade linguística do material , como o vocabulário e a sintaxe, fazem com que o aluno não aceda ao seu significado


-A quantidade de informação é excessiva, sobrecarregando o aluno


-O formato e design dos materiais (gráficos, organização, clarificação, utilização de exemplos), dificultam a compreensão



MATERIAIS IMPRESSOS -adaptações

-Substituição dos textos por outros alternativos

-Utilização de técnicas de desenvolvimento de textos que incluam estratégias para aumentar a compreensão e reter a informação por mais tempo



exemplos:

-Gravar em áudio o material de texto

- Ler os materiais de texto em voz alta

-Trabalhar os materiais de texto em tutoria de pares

-Trabalhar com os alunos individualmente ou em pequenos grupos

-Fazer uma abordagem adaptando o nível de compreensão requerido pelo material ao nível de compreensão do aluno

-Desenvolver versões reduzidas dos textos para os adaptar ao nível de leitura dos alunos

-Simplificar os materiais existentes (vocabulário, expressões)



SUGESTÕES COM O OBJECTIVO DE MELHORAR A COMPREENSÃO DO MATERIAL DE TEXTO

-Explicar ao aluno os objectivos da leitura que lhe foi solicitada

-Ler previamente o texto

-Ensinar o aluno a usar aspectos do formato do texto como cabeçalhos, sublinhados, ajudas visuais(fig., etc.), notas introdutórias e o sumário do texto


-Utilizar um guião de estudo(conduzir o aluno através da leitura, levando-o a responder a questões relacionadas com as passagens do texto)


-Utilizar organizadores gráficos(ex. esquemas)


-Modificar o conteúdo das fichas de leitura ou diminuir o ritmo de leitura das mesmas


-Sublinhar os textos anteriormente para que o aluno saiba quais os pontos importantes


-Ensinar estratégias de automonitorização para ajudar o aluno a perceber e a questionar o que está a ler


-Adaptar as actividades referidas nos textos, reorganizando-as ou substituindo-as




SUGESTÕES PARA AJUDAR O ALUNO A RETER AQUILO QUE LEU

-Utilizar ajudas gráficas depois da leitura

-Sumariar, escrever alguns pontos importantes do texto, etc.

-Sugerir formas de preparação para os testes, tendo em conta os textos a usar

-Estimular a discussão dos conteúdos




ESTRATÉGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM- adaptações



CUIDADOS A TER

-Localização do aluno na sala de aula (benéfico ficar na fila da frente)

-Ao apresentar nova informação ter cuidado com: estrutura, redundância, ritmo, envolvimento e entusiasmo ...

-Utilizar experiências multi-sensoriais

-Fazer adaptações nas tarefas de leitura quando necessário (ver quadros anteriores)

-Programar a aula de modo a haver mais intervalos ( ou mudanças de ritmo, de actividade etc.)

-Organizar as tarefas de modo a usar diversos métodos de ensino

-Providenciar maior número de explicações para os alunos com N.E.E., realçando os pontos importantes

-Usar tecnologias de apoio, tais como gravadores áudio, vídeo, computador.




ESTRATÉGIAS PARA FACILITAR A ESCUTA ACTIVA

-Os aspectos relevantes dos conteúdos devem ser apresentados através de repetições, ênfase vocal e indicação de pistas

-A informação deve ter significado, ser organizada de modo lógico

-A informação deve ser dada através de pequenas unidades

-Deve ser pedido “feedback” ao aluno

-As apresentações orais deverão ser acompanhadas por ajudas visuais

-O aluno deve ser lembrado que deve reflectir antes de dar uma resposta




segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

características do bom decisor

· ACTIVO

· AUTÓNOMO

· INTERACTIVO

· REFLEXIVO

· ATENTO ÀS OPORTUNIDADES

· PENSAMENTO “MEIOS-FINS”

· VÊ-SE A SI PRÓPRIO COM CONTROLO SOBRE AS SITUAÇÕES

· TOLERA QUE ESSE CONTROLO NÃO SEJA TOTAL

· ACEITA RISCOS, EMBORA TENDA A DIMINUÍ-LOS

· VÊ CADA DECISÃO IMPORTANTE COMO UM PROCESSO MENTAL DE TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO ( DESENVOLVE MÉTODOS DE PROCURA, SELECÇÃO, COMPARAÇÃO, CLARIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO)

· TEM OBJECTIVOS

· PREPARA COM ANTECIPAÇÃO AS DECISÕES IMPORTANTES, MAS SÓ AS PÕE EM PRÁTICA SE TAL FÔR NECESSÁRIO OU VANTAJOSO

· É UM ESTRATEGA

o grupo sociológico

SOBRE O GRUPO…


EFEITO DO NÚMERO DE MEMBROS

Entre 5 e 11 - decisões mais precisas
“ 2 e 5 - mais fácil chegar a consenso
“ 4 e 5 - maior satisfação dos membros
“ 2 e 3 - maior ansiedade e visibilidade das responsabilidades
Mais que 11 - maior criatividade, mas mais obstáculos de tipo social
“ que 5 - mais dificuldades em trabalhar, mais tempo.

EFEITOS GERAIS DO TRABALHO EM GRUPO

Competição
Cooperação
Ansiedade
Frustração
Motivação
Facilitação do comportamento
Facilitação da mudança de atitudes
etc.


A COESÃO

É a força que mantém a união no grupo.
É facilitada por interacções amigáveis, cooperação, pela estrutura do grupo (cf. Sociograma)
É favorecida pela ameaça externa e por uma liderança democrática
Forte coesão não se traduz necessariamente em grande produtividade.


CONFORMISMO

É um fenómeno que aparece no grupo e que se traduz pela tendência dos membros concordarem uns com os outros. Resulta da pressão que o grupo exerce sobre os seus elementos.
Quanto maior for a coesão, maior será o conformismo.


LIDERANÇA

É uma influência de um membro sobre os outros, autorizada e reconhecida por estes.
O acto de liderar consiste em planear, dar informação, arbitrar, controlar, recompensar ou punir.
Os objectivos da liderança são: ajudar a atingir os objectivos do grupo (área operatória) e satisfazer as necessidades dos membros, nomeadamente as sociais e afectivas (área das expressões emocionais). Por vezes num grupo há dois líderes, um responsável pelas tarefas (área operatória), outro pelas relações interpessoais (área das expressões emocionais).


ESTILOS DE LIDERANÇA

Existem três estilos básicos: o autoritário, o liberal e o democrático.

Quando o líder é autoritário não dá liberdade aos membros para discutirem sobre as tarefas ou as regras. Os procedimentos são estabelecidos à medida que o trabalho vai decorrendo, tornando incertas ou desconhecidas as futuras actividades. O líder mantém-se distante, aparte do grupo. Elogia ou critica os subordinados de maneira estritamente pessoal.

No estilo liberal, pelo contrário, é o grupo que toma quase todas as decisões sem intervenção do líder. Há grande liberdade. O líder apenas dá algumas informações. Nada comenta acerca das actividades do grupo.

Se a liderança é democrática então todo o procedimento é discutido em grupo, sobre orientação do líder. Os objectivos e as tarefas são discutidos de antemão dentro do grupo. O líder apresenta alternativas de acção e o grupo escolhe as melhores. As críticas e os elogios feitos pelo líder são objectivos e impessoais, baseando-se nos factos.


EFEITOS DOS ESTILOS DE LIDERANÇA

O estilo autoritário aumenta a tensão, a frustração, a agressividade ou a submissão. Não favorece a iniciativa dos elementos do grupo. A produtividade é grande.

Quando o estilo é liberal gera-se muita confusão, barulho e acaso. A produção é baixa, tal como a qualidade do trabalho. Dificuldades dos elementos em se organizarem. Pode surgir agressividade e é frequente a insatisfação dos membros.

Sob o estilo democrático surgem amizades e relacionamentos cordeais, desenvolve-se o sentido de responsabilidade e a integração do grupo. O ritmo do trabalho é suave e seguro, sem alteração se o líder temporariamente se ausentar. A produtividade tende a ser mais baixa do que sob a liderança autoritária, mas a qualidade aumenta. Verifica-se satisfação dos membros e crescimento pessoal.

carta de candidatura

MODELO DE UMA CARTA DE CANDIDATURA




Ana Cristina Matos Rodrigues (este bloco de texto é chegado à esquerda)
Rua da Fonte, 37
4900 Viana do Castelo
Tel. 258 427 032


Exmo. Sr. (este bloco de texto é chegado à direita)
Director dos Recursos Humanos
da Sociedade Correctora Portuense
Rua de São João, 103
4000 PORTO



Em resposta ao vosso anúncio, publicado no jornal “Matutino” do dia 18 de Março de 2001, com a referência nº. 145, anunciando uma vaga de Secretária de Direcção, venho apresentar a minha candidatura a esse lugar.

Tenho 25 anos e terminei há um ano a licenciatura em “Secretariado de Direcção”. Presentemente estou a estagiar numa empresa de auditoria financeira, o que me tem permitido adquirir uma experiência profissional apreciável. Sou uma pessoa responsável e organizada, capaz de trabalhar em grupo ou individualmente. Nas actividades onde tenho ocupado o meu tempo, dei provas de flexibilidade e iniciativa.
Estou disponível para uma entrevista e agradeço o interesse que a minha candidatura lhe possa merecer.

Na expectativa de ser brevemente contactada, apresento os meus melhores cumprimentos.


Viana do Castelo, 26 de Março de 2001
(assinatura)

Transição para a vida activa- conceitos

LISTA DE CONCEITOS




TRABALHO – qualquer actividade estruturada e produtiva que ocupa significativamente uma pessoa.

EMPREGO – pressupõe um contrato com uma entidade (empresa, estado), uma remuneração e determinadas regalias previstas ne lei.

PROFISSÃO – categoria à qual se acede por formação ou experiência reconhecida.

FUNÇÃO – designação geral da ctividade desempenhada quando se está empregado.

FUNÇÕES – maior especificação das actividades desempenhadas quando se está empregado.

TAREFAS – grande especificação das actividades desempenhadas quando se está empregado.

POSTO DE TRABALHO - lugar ocupado pelo trabalhador empregado.

DESEMPREGO TECNOLÓGICO – devido ao défice de formação dos trabalhadores.

DESEMPREGO FRICCIONAL – desnível entre as qualificações disponíveis e as procuradas.

DESEMPREGO CONJUNTURAL – devido a factores temporários (ex. períodos de recessão económica).

DESEMPREGO ESTRUTURAL – devido ao modelo económico (ex. liberalismo económico).

distorções cognitivas

CHECKLIST DAS DISTORÇÕES COGNITIVAS



· Pensamento tudo-ou-nada -Vê as coisas em categorias absolutas do tipo “branco ou preto”.

· Sobregeneralização - Vê um acontecimento negativo como um padrão repetitivo.

· Filtro mental - Fixa-se nas coisas negativas e ignora as positivas.

· Desvalorizar os positivos - Insiste que os seus sucessos e qualidades “não contam”.

· Saltar para conclusões - (A) Leitura da mente - presume que os outros estão a reagir negativamente em relação a si quando não tem provas suficientes para concluir isso;
(B) Adivinhar a sorte - arbitrariamente “prediz” que as coisa vão ficar más.

· Magnificação ou minimização - Colocar as coisas fora das suas reais proporções.

· Pensamento emocional - Pensa segundo o modo como se sente: “sinto-me como um/a idiota, portanto devo ser um/a”,ou “não me sinto bem a fazer isto, portanto vou deixar de o fazer”.

· Afirmações de dever - Critica outras pessoas ou você próprio com “devia”, “ não devia,“tem que”, etc.

· Rotular - Identifica-se com os seus desempenhos pontuais. Em vez de dizer “errei” diz para si próprio “sou um estúpido”, “um fracassado”.

· Personalização e culpa - Culpa-se por algo que não era da sua total responsabilidade, ou culpa outras pessoas; Sobrevaloriza o modo como as suas atitudes e comportamento podem ter contribuído para o problema.

relaxamento

Objectivo:

Aprender uma técnica de relaxamento : RELAXAMENTO PROGRESSIVO DE JACKOBSON


Introdução

Há várias técnicas de relaxamento e todas são eficazes;
Todas têm em comum:

-local tranquilo com poucos estímulos
-olhos fechados
-actividade muscular reduzida
-actividade do sistema nervoso reduzida (estado passivo e de abandono do corpo)
-respiração regular e profunda (abdominal)
-focar a atenção dentro de si (no corpo ou num pensamento escolhido)


Utilidade


-diminui a frequência respiratória
-diminui a frequência cardíaca
-diminui a tensão muscular
-aumenta a capacidade imunitária
-modifica as ondas cerebrais para uma actividade mais produtiva
-diminui a adrenalina
-é portanto útil directamente nas situações de ansiedade excessiva e nas suas consequências a prazo: sintomas somáticos, sensação de tensão nervosa, doenças relacionadas com o stress. Melhora a actividade cognitiva em situações críticas de ansiedade.


Como fazer


QUANDO (por completar)
ONDE (por completar)
POSIÇÃO DO CORPO (por completar)
CONFORTO (por completar)
CONTROLO DA PULSAÇÃO (por completar)


Imagens de Paz


-revisualização de um acontecimento que no passado induziu na pessoa uma sensação de bem-estar
-deve ter VIVACIDADE (activação de todos os orgãos dos sentidos)
-deve ter CONTROLABILIDADE (tempo que se mantém a imagem na mente)


Procedimento

-Relaxamento progressivo (por completar)
-Revisão
-Introdução no pensamento da imagem de paz
-Finalização lenta e retoma do tónus muscular


nota


-repetir mentalmente para si as frases do orientador do relaxamento
-dar-lhes um tom de calmas sugestões e não de ordens
-o principal a aprender é constatar as diferenças entre estar contraído e relaxado.


quinta-feira, 30 de novembro de 2006

lista de serviços da comunidade (pontinha/odivelas)

C. Saúde Pontinha
21 478 98 50

SOS grávida
21 301 12 79

Ajuda de Mãe
Geral:
21 382 78 50
Damaia:
21 476 26 60

144- Emergência Social
144

SOS criança
800 20 26 51/
21 793 16 17

APAV- (apoio à vítima)
Av. Amália Rodrigues, 10-A Urb. Ribeirada- Odivelas
21 932 83 82

CAT- (toxicodep.)- Póvoa de S.to Adrião
21 938 23 50

CRASH- (toxicodep.) H Júlio de M.
21 796 18 07

Comissão de Protecção de C. e J. em Risco- Odivelas
21 934 45 50
Fax:
21 934 45 59

Comissão de Protecção de C. e J. em Risco- Lisboa Norte
21 715 68 33

Comissão de Protecção de C. e J. em Risco- Amadora
21 491 26 77

Seg. Social Odivelas
21 934 46 30

GAAF (pertence ao I. de Apoio à Criança)- B. P.de Cruz- sediado na escola 2,3 do B.ro P.de Cruz
21 712 17 60

lidar com dores de cabeça -programação neurolinguística

Toma um tempo para entrares “em contacto” com a dor de cabeça. Repara em como te sentes.

Finge que tens um bocado de plasticina entre as tuas mãos, a qual pode ser de qualquer cor que tu queiras. Esta plasticina vai ser uma representação externa da tua dor de cabeça no exercício que te vamos sugerir de seguida.

Imagina a plasticina de uma cor que se relacione e represente a tua dor de cabeça, como se ela estivesse fora de ti próprio/a. Ela pode ser toda de uma cor, uma mistura de cores ou pode estar constantemente a mudar de cor. Apercebe-te de quando se tornar brilhante.

Dá à plasticina um tamanho e forma apropriado, incluindo formas estranhas, inchaços, espigas, buracos, etc. Repara caso ela comece a pulsar, ou a mudar de forma à medida que o tempo vai passando. Será curioso se ela também mudar a sua localização, ou talvez mesmo o seu tamanho....

Repara se ficar quente ou fria, húmida ou seca, áspera ou suave.

Repara em quaiquer sons que ela faça – de onde vêm os sons? São graves ou agudos e qual o seu volume? Deves também estar atento a mudanças de volume ou de intensidade à medida que o tempo vai passando.

Gradualmente começa a suavizar a cor e o brilho e começa a arredondar algumas saliências e bicos, começa a diminuir o peso desses bicos e saliências. E agora começa a tornar mais lento qualquer movimento até ficar parada e começa a diminuir a frequência da pulsação até que não mude mais de forma ou de tamanho.

Muda a textura até ser mais suave e calmante.

Permite ao som que fique mais baixinho, abafado e menos penetrante enquanto vai ficando concentrado no plasticina que tens entre as mãos.

Continua a contraí-la até que fique tão pequena que possas segurá-la entre o polegar e o indicador e depois aperta os dedos e fá-la saltar fora e fica a vê-la sumir-se no horizonte....

carta de um filho aos pais

NÃO ME DÊS TUDO O QUE TE PEÇO – às vezes só peço para ver até onde posso receber.

NÃO ME GRITES – respeito-te menos quando o fazes e ensinas-me a mim também a gritar.

NÃO ME DÊS SEMPRE ORDENS – se às vezes me pedisses as coisas eu iria fazê-las mais depressa e com mais gosto.

CUMPRE AS PROMESSAS QUE FAZES, BOAS OU MÁS –Se me prometeste um prémio, dá-mo, mas dá-me também um castigo se foi essa a promessa.

NÃO ME COMPARES COM NINGUÉM, especialmente da família – se me apresentares como melhor que os outros, alguém irá sofrer; e se me apresentares como pior que os outros, serei eu quem sofrerá.

NÃO MUDES DE OPINIÃO COM DEMASIADA FREQUÊNCIA sobre o que eu devo fazer. Decide e mantém essa decisão.

DEIXA-ME APRENDER POR MIM MESMO –se tu fazes tudo por mim eu nunca poderei aprender.

NÃO DIGAS MENTIRAS diante de mim, nem me peças que as diga por ti, mesmo que seja para tirar-te de apuros. Fazes-me sentir mal e perder a fé no que dizes.

NÃO ME EXIJAS QUE DIGA SEMPRE O PORQUÊ, QUANDO FAÇO ALGO MAL – às vezes nem eu mesmo sei.

ADMITE OS TEUS ERROS – crescerá a boa opinião que tenho de ti e estarás a ensinar-me a admitir os meus.

TRATA-ME COM A MESMA AMABILIDADE COM QUE TRATAS OS TEUS AMIGOS – porque é que por sermos família não podemos tratarmo-nos com a mesma cordialidade que os amigos?

NÃO ME DIGAS QUE FAÇA UMA COISA SE TU NÃO A FAZES – eu aprenderei e farei o que tu fazes e não o que tu dizes.

NÃO ME DIGAS “NÃO TENHO TEMPO” quando te conte um problema meu. Tenta compreender-me e ajudar-me.

E AMA-ME E DIZ-MO – gosto de te ouvir dizê-lo, apesar de tu pensares que eu já o sei.

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sábado, 25 de novembro de 2006

apoio psicológico ao doente terminal e à família

texto sacado da internet

-Apoio psicológico ao doente canceroso
O doente oncológico necessita de um grande suporte psicológico, particularmente em dois aspectos: primeiro, aprender a viver com a sua doença, depois no período terminal, aceitar o seu fim.
Para atingir estes objectivos, é necessário um contacto frequente com o doente e família, condição essencial para definir as suas necessidades. No entanto, estas só podem ser constatadas quando o doente e a família forem colocados a par da verdade sobre a sua situação.
Existem várias fases nas reacções destes doentes à doença:
-Fase de negação: existe uma recusa do diagnóstico. Esta negação explica algumas atitudes consideradas como ilógicas por parte do doente (não realização de terapêutica ou de exames complementares).
-Fase de revolta: os doentes podem ser agressivos e até violentos. Todos os doentes e familiares atravessam esta fase. Nesta fase é extremamente difícil manter uma relação com o doente, pelo que o médico deve ser especialmente compreensivo perante as atitudes do doente.
-Fase de negociação: o doente compreende o risco ligado à evolução da doença, que começa a ser aceite sob reservas e mediante um certo número de condições (poder ir de férias, não fazer este ou aquele exame). As condições impostas devem ser negociadas e todos os tratamentos e exames complementares explicados e motivados.
-Fase de depressão: é o pano de fundo de toda evolução psicológica. Esta fase de depressão psíquica e moral, deve ser combatida pelo doente e família. A integração desta na atitude terapêutica é essencial e permite prevenir a desinserção familiar do doente oncológico.
-Fase de aceitação: nem sempre é alcançada e raramente é estável. Esta fase deve ser mantida o máximo tempo possível, o que ajuda muito a família a viver o processo de luto.
A ajuda ao doente só é possível se este tiver confiança na equipa médica, não só no aspecto técnico, mas também se tiver a certeza que alguns dos seus direitos serão respeitados. Os mais importantes destes são o direito à opinião (ex. possibilidade de participar nas decisões terapêuticas) e o direito à esperança.


- Comunicação em Oncologia
O médico é um técnico capaz de aplicar conhecimentos científicos para prevenir e tratar as doenças. Para isso, ele necessita de comunicar com o doente, ouvindo e falando. Estas duas vertentes são inseparáveis.
O doente oncológico durante a quase totalidade do tempo de evolução da doença permanece lúcido, com completa capacidade intelectual e afectiva. Trata-se de doentes conscientes da gravidade da sua situação, o que condiciona uma atmosfera psico-afectiva densa. A morte está!
Devemos ter sempre presente que o doente é uma pessoa e a relação interpessoal doente-médico, representa o eixo principal na prática da medicina. Raramente ausente, essa relação é muitas vezes preponderante, como nos casos das afecções não orgânicas, ou nas patologias orgânicas quando existem alterações psíquicas (oncologia).
Os princípios sobre os quais se fundamenta a relação médico-doende têm por objectivo respeitar os interesses do doente, a sua autonomia e a sua dignidade. Para que isto aconteça é necessário que exista autenticidade na comunicação.
O doente inicialmente fica bastante perturbado pelo aparecimento da doença na sua vida. Ele vai ter necessidade de conhecer a verdade. É frequente revoltar-se contra o médico, mas se a informação for veiculada de forma verdadeira, este ressentimento vai durar pouco tempo. Consciente da gravidade do seu estado, uma boa relação com o seu médico é uma base de apoio importante. Esta passa por uma boa comunicação, que vai inspirar um clima de confiança no doente. Pelo contrário, a ausência de comunicação pode representar uma fonte de sofrimento, ligada a um sentimento de solidão no combate à doença e contra a morte.
Uma boa comunicação melhora a cooperação do doente e a participação na realização de exames complementares e tratamentos.
Igualmente, quando a comunicação é eficaz, ela contribui para desdramatizar as situações sérias. É necessário inverter a fórmula "nenhumas notícias = a más notícias". Uma relação suficiente e verdadeira, permite ao médico não revelar todas as más notícias (não relevantes para o doente), sem perder a confiança do paciente.

12.2.1. - Princípios da comunicação médico doente
A comunicação tem um duplo sentido: para o médico, é tão importante saber ouvir, como saber falar.
O doente tem necessidade de ser escutado, de exprimir as suas preocupações, de colocar questões. O médico tem necessidade de o ouvir para ter conhecimento dos seus problemas e para melhor o apioar. Cada doente é único e ignora que as questões que coloca ao médico, já foram postas inúmeras vezes por outros doentes. Mas o médico sabe que o doente é único e para além de preocupações gerais, tem problemas próprios, que embora pequenos são importante.
O doente tem necessidade que lhe falem, para sentir que foi ouvido e que os seus problemas foram compreendidos.
Doente e médico estão ligados por um diálogo único, mas não se podem alhear do meio que os rodeia, particularmente o familiar, que pode diluir ou reforçar esta ligação. O médico deve ter consciência do seu lugar privilegiado, mas não exclusivo. O doente tem inúmeras fontes de informação:
-informação directa do médico
-comentários entre médicos
-informação directa de outros técnicos de saúde
-informação directa de familiares, religiosos, amigos, juristas, ...
-modificações dos cuidados médicos habituais
-mudança no local de internamento
-auto informação, dossiers médicos, livros, revistas
-sintomas que modificam o estado geral
-respostas evasivas, quando questiona em relação ao futuro.

- Dificuldades na comunicação
Na realidade uma consulta com um doente oncológico, não é diferente de qualquer outra. As tabelas seguintes resumem alguns dos principais problemas existentes na comunicação.

Tabela 12.1
Causas de desconforto para o médico na relacção com o doente
Situação
Reacção do médico
Doença incurável ou terminalDoente hostil, insuportávelDoente mentalDoente dependenteDoente não cumpridor
Sentimentos de impotência,de frustraçãoHostilidade, regeiçãoImpaciência, frustraçãoSatisfação inicial, depois impaciência e culpabilidadeDesaprovação, cólera,frustração

Tabela 12.2
Principais causas de comunicação insuficiente no decurso de uma consulta e formas de a melhorar
Consultas que não satisfazem o doente e meio onde é realizada
Melhor técnica de consulta
-O doente não exprime as suas preocupações.
-O que pensa ser essencial, não lhe é explicado.
-Não recebeu nenhuma informação sobre a sua doença
-Melhor interrogatório; ouvir e dispor de tempo suficiente, sem lhe cortar a palavra.
-Informar, sempre que possível, o diagnóstico e a causa da doença.
-Falta de qualidade nas relações interpessoais.
-Ambiente desfavorável
-Percepção do médico como um técnico frio e distante.
-O médico coloca questões íntimas
-Preservar uma atmosfera calorosa e acolhedora.
-Ambiente calmo e sóbrio
-Adoptar uma atitude amigável ainda que distante
-Evitar fazer a consulta na presença de estranhos.
Não compreende
Simplificar a linguagem
-A informação dada é muito difícil de compreender.
-O doente tem concepções erróneas, fonte de mal-entendidos.
-Evitar gíria médica
-Usar termos simples, e frases curtas.
-Adaptar a linguagem à personalidade de cada doente, usar exemplos do dia a dia.
-Alguns doentes têm dificuldade em acompanhar a conversa, por deficiências.
-Controlar se compreederam.
-Falar lentamente, suficientemente alto.
-Usar representações cronológicas e topográficas. Fazer esquemas.
Falta de memória
Melhorar a memorisação
-Excesso de informação numa só consulta.
-Não percepção, da hierarquia das informações.
-Emoção parasita.
-Fragmentar a informação nas consultas sucessivas.
-Dar as informações mais importantes em primeiro.
-Dar informações escritas.
-Dar conselhos precisos e concretos, em lugar de informações vagas e gerais.
O médico às vezes opta por soluções relativamente à comunicação com o doente, que na realidade recusam essa comunicação.
A mais simples é a negação; tal como o doente que se recusa a aceitar a sua situação, o médico aceita que tudo está bem e que não existe qualquer problema. Muitas vezes nem sequer pondera se tem ou não problema de comunicação.
Instituir rotinas e protocolos é uma situação ambígua. É útil, porque com o hábito, a definição de linhas de conduta simplificam o comportamento. É perigosa, porque se pode cair na tentação de aplicar as regras e os protocolos sem discernimento, sem ter em conta as características particulares de cada doente.
O médico perante cada doente, deve apreender a personalidade do seu interlocutor, reconhecer as suas características e adaptar a sua conduta, não só à doença, mas também ao doente. O médico deve ter em conta que perante uma situação patológica, não existem respostas esteriotipadas. Tal como uma terapêutica medicamentosa, a comunicação deve ser adaptada a cada doente e deve ser moldada ao longo do tempo conforme as reacções, muitas vezes imprevisíveis.
Um princípio de veracidade é indispensável a uma relação autêntica, sem a qual não se pode estabelecer um clima de confiança recíproca. A reacção de negação é um mecanismo de defesa do doente, que pode ser momentâneamente útil e como tal, deve ser respeitada. No entanto na maioria das vezes é substituída por uma tomada de consciência da realidade. A principal negação diz respeito à prespectiva da morte, sempre presente logo que um cancro é diagnosticado ou somente suspeitado. Os individuos vêm-se confrontados com uma realidade complexa e em mudança, o que vai desencadear reacções complexas e díspares.

12.2.3 - Como informar
Muito esquematicamente a informação deve ser adaptada a cada doente, e a cada situação, isto é, à evolução da neoplasia. Esta informação deve ser fragmentada ao longo do tempo, à medida que se realizam os exames complementares e se faz a terapêutica. É feita em linguagem clara, adaptada ao contexto sócio cultural do doente e sem gíria médica.
A radioterapia tem tanto de eficaz como de mítico e a palavra "raios" pode levantar objecções difíceis de contornar. Igualmente, quando tem que se propor quimioterapia, é melhor falar de "actividade", com as suas duas vertentes (eficácia e efeitos laterais), do que da sua toxicidade.
O médico é habitualmente o principal responsável por comunicar com o doente. No entanto em oncologia é raro que seja um só médico a intervir. Em todas as circunstâncias o Clínico Geral é um interlocutor privilegiado, que conhece o doente, a família e o contexto em que estes se inserem. Numa equipa oncológica, existe um interlocutor preferêncial para cada doente, responsável de transmitir as informações mais importantes, de discutir com o doente as decisões mais cruciais.

Como dar As Más notícias
1-De uma forma simples, sem muitos detalhes técnicos.
2-Ter em conta que o doente, muitas vezes já percebeu a situação.
3-Conseguir um ambiente o mais calmo possível.
4-Fragmentar as informações.
5-Aguardar perguntas complementares que o doente possa colocar.
6-Não discutir aquilo que o doente se recusa a reconhecer.
7-Perguntar ao doente se ele compreendeu bem, se necessita de informações adicionais.
8-Não suprimir a esperança.
9-Nada dizer que não seja verdade
O tempo é um elemento determinante para uma boa comunicação. Há momentos propícios e outros em que o doente se encontra de tal modo fechado sobre si mesmo, que quase não é possível comunicar. Por vezes transmitir a informação ao longo da consulta, ou de várias consultas, é útil, pois permite ao doente digerir o que ouviu, tal como metaboliza os fármacos que lhe prescrevemos.
A comunicação médico-doente é determinante para a adesão do doente à realização de exames complementares e à terapêutica. Apesar do que está em jogo em oncologia, a adesão dos doentes não é tão boa como se poderia esperar. Alguns doentes sentem-se irremediavelmente condenados e como tal, "não têm nada a perder", não seguindo por isso o conselho dos médicos. A adesão vai depender das características do tratamento. Estas devem ser simplificadas o mais possível desde que tal não comprometa a eficácia. Os que menos cumprem são os homens, os idosos, os jovens e os marginais. Nestes casos, o médico deve estar de sobreaviso e fazer um esforço adicional para motivar o doente, explicando-lhe o tratamento e tentando reduzir os seus inconvenientes sociais (ex.: alterar o horário ou esquema posológico de administração dos fármacos; aplicar um sistema com bomba infusora).
O doente oncológico recorre com frequência à "medicina tradicional ou natural". O médico tem a tentação imediata de desencorajar estes métodos, porém, tal pode funcionar ao contrário. Assim, tem de se dialogar naturalmente, dando a entender que se conhecem esses métodos, que é difícil dizer se são ou não úteis. O médico deve deixar transparecer que está aberto a novos métodos que possam ser úteis. No entanto, estes têm de estar demonstrados como seguros e eficazes, para não expôr o doente a tratamentos sem qualquer validade e que possam mesmo acarretar riscos para a sua saúde. Após esta informação correcta, o médico tem a liberdade de se insurgir contra alguns tipos de prática, que não visam mais do que explorar o paciente, mantendo-se contudo à disposição do doente para o continuar a tratar ou para posterior ajuda.

12.3 - O Doente Terminal
"...a morte do homem, a morte de cada homem, sendo um acontecimento natural não é um acontecimento trivial, não é nunca trivial. O fim natural da minha vida, a minha morte é para mim, como ser consciente, o mais importante acontecimento da minha vida; é por ser finita, por ser limitada no tempo, que a vida individual tem o grande valor que todos lhe atribuimos. Viver um tempo limitado é um desafio grandioso, orienta os nossos desejos e as nossas escolhas, faz-nos correr para uma meta que não vemos mas que sabemos, de certeza certa, que está lá nesse ponto sem retorno, nessa fronteira invisível entre o estar vivo e o estar morto."
Daniel Serrão

A assistência aos doentes terminais faz parte da prática médica. Nos últimos anos este acompanhamento tem sofrido grandes evoluções, particularmente com a dissolução que se tem assistido dos laços familiares por um lado, e por outro, com o aumento dos cuidados médicos prestados ao moribundo, em unidades próprias.
As neoplasias não são as únicas doenças fatais. As doenças cardio-vasculares ultrapassam-nas e são a primeira causa de morte. As condições de morte dum doente com cancro tem por vezes características que explicam a fórmula , ainda que caricatural, "doença longa e dolorosa".
A evolução terminal de um doente canceroso tem um curso habitualmente progressivo e por vezes, demorado, o que torna a morte previsível. Mesmo que ocorra uma complicação fatal não previsível, a degradação do doente é habitualmente progressiva e perceptível para as pessoas que com ele contactam.
O estado de consciência dos doentes raramente está perturbado. Particularmente os idosos podem ter uma certa alteração do estado de consciência. Isto significa que as possibilidades de comunicação com o doente estão conservadas, o que pode ser uma vantagem ou uma desvantagem.
A importância na clínica do acompanhamento de um doente terminal com cancro deve-se por um lado, à frequência deste, e por outro, à duração por vezes prolongada durante a qual os diferentes problemas vão surgindo; estes são acompanhados de um sofrimento físico e moral muitas vezes subvalorizados.

Causas de Morte
Há causas de morte evitáveis, relacionadas com complicações potencialmente fatais, mas que se controladas, podem adiar vários meses a morte. Tais complicações são urgências oncológicas e dependem da localização da doença e dos tratamentos efectuados. A maioria pode ser prevenida através de medidas próprias que não devem ser negligênciadas sob o pretexto de pensar que "o doente tem cancro, está perdido". As complicações mais frequentes são:
-Hemorragias e infecções, devidas a aplasias medulares, muitas vezes reversíveis.
-Insuficiência respiratória aguda
-Complicações neurológicas
-Complicações metabólicas (ex. hipercalcemia)
A maior parte das vezes a causa de morte resulta de uma alteração grave de um orgão vital: invasão pleuro-pulmonar, metástases hepáticas, hipertensão intracraneana,... Com a progressão da neoplasia, a degradação do estado geral vai favorecer uma complicação terminal.
Existem complicações terapêuticas como em todos os tratamentos. Com os citostáticos as complicações são mais frequentes e intensas do que com outras terapêuticas (ver capitulos sobre terapêutiuca oncológica).
Apesar de ter um cancro, o paciente pode vir a morrer de outra causa que não a neoplasia, particularmente os idosos.

O que fazer?
O médico que acompanha um doente terminal deve ter uma competência técnica, que faz com que ele não possa ser substituido por outra pessoa; a intervenção do enfermeiro pode ser complementar, mas não substitutiva. Os conhecimentos para controlar a dor, combater uma obstipação ou corrigir as alterações hidroelectrolíticas devem ser rigorosos.
As situações encontradas são muito variáveis de um doente para outro, e mesmo de um dia para o outro no mesmo doente. Estas, mesmo que graves e brutais, não devem ser fonte de desorientação. Numa situação em que o doente tem pouco tempo de vida, a qualidade desta é extremamente importante. Os cuidados dispensados ao doente têm por isso mesmo como principal objectivo reduzir os sintomas de desconforto, preservar a autonomia e a motricidade do doente.
As necessidades do doente são muito diversificadas e podem mudar de um dia para o outro. Para nos apercebermos destas mudanças é necessário uma boa comunicação, permitindo-lhe expressar as suas insatisfações e necessidades. Ele sente necessidade de uma segurança relativa no período de desconforto e perigo que atravessa. Tem necessidade de estar em contacto com o médico assistente, de ser ouvido de o ouvir. Tem necessidade de conforto. Tem necessidade de ver os seus interesse reconhecidos e respeitados, independentemente do seu teor, numa atmosfera de confiança e confidencialidade.
Tudo o que atrás foi dito consome tempo. O tempo é indispensável para lidar com estas situações, mas para o doente, são talvez o melhor testemunho de vida e de esperança. O tempo de vida do paciente é breve, mas é o que lhe resta. Desta forma, todas as vivências deste período vão ter uma intensidade enorme. Não é raro que o moribundo, nos últimos dias de vida, tome decisões e conclua projectos que há muito vinha adiando.
Uma avaliação global da personalidade do moribundo é indispensável. Diz-se que a dor no moribundo é "total": física, social, mental (psicoafectiva) e espiritual. O médico deve tentar minorar estes aspectos, contribuindo assim para que a angústia seja menor. Quando a situação é bem acompanhada o número de pedidos de eutanásia activa diminui, pois quando este surge, muitas vezes resulta de uma tremenda angústia que não foi entendida ou que não foi controlada da melhor maneira.
De certa forma os cuidados necessários num doente terminal não são diferentes daqueles prestados no início do processo mórbido. A proximidade da morte apenas os torna mais evidentes, mais imperativos e as possibilidades de cura foram já ultrapassadas. As necessidades de alguns doentes oncológicos que estão prestes a morrer, são muitas vezes mínimas e o seu fim é calmo e sereno. Pelo contrário, alguns familiares podem necessitar de uma ajuda maior "para viver", porque tudo será sombrio e diferente.

Principais cuidados
Vão depender dos sintomas experimentados pelos doentes, que se encontram representados na tabela seguinte.

A maioria das atitudes terapêuticas são dirigidas aos sintomas conforme estes vão surgindo. Vamos dar alguma ênfase aos aspectos que permitem preservar a autonomia do doente o maior tempo possível.
A importância da motricidade pode ser avaliada pela peso que este parâmetro tem nas escalas de karnofsky e na da OMS (tabela 12.4). Ela pode ser alterada por diversos factores: fenómenos dolorosos, redução das diferentes funções ósteo-articulares, intelectuais, fadiga provocada pela insónia, alterações neurológicas, hipercalcemia... Uma infantilização do doente, com cuidados injustificados (ex.: comer na cama, higiene indivídual na cama), devem ser evitadas para que o tempo de imobilazação seja reduzido ao indispensável. Impede-se assim que o doente entre num ciclo vicioso que cada vez lhe irá agravar mais as funções motoras, a anorexia, a hipercalcemia, as alterações tróficas e o estado psicológico. Terapêuticas sintomáticas (em particular antálgicas), recomendações higiénicas e fisioterapia, que façam com que o aleituamento (durante todo o dia) só ocorra alguns dias ou semanas antes da morte, são aconcelhaveis ( ver capítulo recuperação funcional pós cirurgia).
Tabela 12.4

ESCALA DE KARNOFSKY
100% - normal, assintomático
90% - sintomas mínimos
80% - actividade normal com algum desconforto
70% - incapaz de actividade normal, mas autónomo
60% - por vezes necessita de ajuda
50% - tem com grande frequência necessidade de ajuda e de cuidados médicos
40% - o estado não permite cuidar de si próprio
30% - é necessário hospitalização
20% - necessita de cuidados intensivos
10% - moribundo, progressão rápida para a morte.

Escala da OMS
grau 0 - actividade normal, sem restrição
grau 1 - actividade física diminuida mas ambulatória; pode trabalhar
grau 2 - ambulatório capaz de tratar de si próprio, incapaz de trabalhar aleituamento inferior a 50% do tempo
grau 3 - capaz de alguns cuidados, acamado ou em cadeira mais de 50% do tempo.
grau 4 - incapaz de cuidar de si próprio, permanentemente acamado ou em cadeira.

A alimentação deve ser variada, quer no tipo de alimentos, quer no horário, segundo as alterações do paladar do doente (o prazer de comer é importante no equilibrio dietético). Deve atender-se ao apetite ou às causas de disfagia. A secura bucal necessita de uma higiene local muito estrita, é agravada por alguns medicamentos, e reduzida por uma boa alimentação. Uma sonda gástrica ou alimetação parenteral só se justifica se o doente não conseguir deglutir. A obstipação é agravada por uma alimentação desiquilibrada e também por fármacos como a morfina, pelo que é necessário muitas vezes a administração de laxativos.
A insónia tem numerosas causas orgânicas e psicológicas. Deve haver um bom controle da dor, e sempre que necessário, deve administrar-se um ansiolítico sedativo.
Uma dispneia pode ser melhorada por um tratamento etiológico, corticóides ou morfina em baixas doses. A tosse seca irritativa, pode necesssitar de terapêutica com codeína (o que agrava a obstipação). A incontinência dos esfincteres, implica a existência de medidas de higiene rigorosas; a algaliação ou colocação de um saco colector, reduz os inconvenientes da incontinência urinária.
As lesões neoplásicas ulcerosas ou que tenham qualquer outra solução de continuidade, devem ser desinfectadas e feito um penso para evitar a infecção e os odores que por vezes acontecem.
Alguns moribundos passam por uma fase de agitação terminal, que pode ser provocada por uma nova complicação ou até mesmo não ter causa aparente. A morfina, a levopromazina, a cloropromazina ou haloperidol, a par da presença do médico, são usualmente suficientes.
Qualquer atitude deve ser ponderada num sentido lógico, pesando as vantagens e os inconvenientes, com as adaptações necessárias segundo a evolução dos doentes.

Suporte Psico-Social
O Clínico Geral não é o único responsável por este tipo de apoio, mas é o elemento fulcral:
-pela sua intervenção técnica destinada a proporcionar conforto ao doente.
-pela organização dos cuidados que implicam a intervenção de terceiras pessoas (enfermeiro, fisioterapeuta) e por vezes pela coordenação que tem que fazer entre estes elementos.
-pelos conselhos que pode dar aos familiares no sentido de melhorar o acompanhamento ao moribundo. Ajudar um doente, não é maternalizar ou infantilizar.
O doente moribundo é um ser vivo até ao último sopro e como tal deve ser considerado. Devem ser-lhe prestados todos os cuidados possíveis e rodea-lo de familiares e amigos. O médico pode ajudá-los a suportar esta fase difícil, tal como certas reacções desagradáveis do doente, mas compreensíveis. A proximidade da morte é muitas persentida pelo doente que sente desejo de falar. A prespectiva do fim que se aproxima é muitas vezes acompanhado de esperanças multiformes: a de ter sido bem sucedido durante a vida, a de não deixar aqueles que ama em dificuldades materiais ou afectivas, a de ter deixado sucessores, a de não ter sido abandonado prematuramente, a de poder ter um fim calmo. Até ao último momento a incerteza quanto a este (quando e como vai acontecer) persiste e o doente pode estar, ou muito agitado ou pelo contrário, aparentar uma profunda calma.
O moribundo deve ser considerado como pessoa e não como "o moribundo", entendendo-se com isto que deve existir um respeito e uma confiança recíproca também estendida ao cônjuge. Para o médico, o assegurar-lhe um fim digno deve ser mais gratificante do que conseguir curas dolorosas.
A maioria das mortes ocorre no hospital mas no entanto há uma tendência para que tal se inverta, particularmente nos casos em que existe uma evolução progressiva em que é possível organizar os cuidados a prestar aos doentes. Porém, a decisão do doente permanecer no domicílio pode ser alterada, particularmente quando acontece uma complicação que necessite de internamento hospitalar.
Para o Médico de Família, existem por vezes muitas apreensões sobre a morte. Esta resulta frequentemente da falta de conhecimentos de cuidados paliativos. Desta forma, a existência de unidades de internamento para prestar assistência a estes doentes pode ter algumas vantagens.

Carta do doente terminal

-direito a ser tratado como uma pessoa viva até à morte
-direito à esperança
-direito a exprimir os seus sentimentos
-direito a participar nas decisões médicas
-direito aos cuidados contínuos para um conforto físico e moral
-direito à morte sã e a não sofrer
-direito a uma resposta honesta às questões
-direito à ajuda familiar e a que a sua família seja ajudada na aceitação da morte
-direito a morrer em paz e dignidade
-direito de fazer uma opção médica, religiosa ou espiritual, mesmo que aparentemente contrarie as crenças dos outros indivíduos.

12.4 - A FAMÍLIA
O homem é um animal sociável, inserido na sociedade. O primeiro círculo que o envolve é a família, entendida, em sentido largo, para além dos laços de sangue. Quando um dos seus elementos adoece, o conjunto da célula familiar reune-se e reage para tentar ajudar o elemento que está em perigo. As reacções, por vezes complexas e evolutivas, vão desenvolver-se durante a progressão da doença e podem ser tão deletérias para a própria família como a doença o é para o doente.
O Médico de Família, conhecendo o agregado familiar antes de ocorrer a doença, está numa posição ideal para se aperceber das alterações que estão a acontecer, despistar os riscos e eventualmente intervir. Por um lado, pode dar-lhes instruções sobre a melhor forma de ajudar o doente, por outro pode minimizar o efeito da doença sobre a família. O diagnóstico de um cancro num dos elementos pode favorecer a coesão de uma família até então desunida, ou ter o efeito contrário.
O Clínico Geral tem um lugar priveligiado, com o conhecimento da família. Pode desdramatizar uma situação penosa, dar conselhos ponderados, incitar a uma reestruturação equilibrada, sem no entanto se imiscuir demasiado na vida privada do agregado.
O doente é sem dúvida a principal fonte de preocupação para o médico, independentemente da ajuda que a família venha a necessitar. Existe um acordo tácito que liga o doente ao médico cujo objectivo principal é o interesse do doente. Tem de se ter muito cuidado na transmissão de informações sobre o doente à família, pois pode desencadear-se um processo de luto antecipado. Este pode dificultar a comunicação entre doente e família, que pode acentuar o sofrimento num período terminal.
A família não deve ser sacrificada desde que tal não traga qualquer benefício para o doente, ou resulte dum capricho deste. Ela pode estar em grave risco, particularmente se o enfermo desempenhar um papel chave no seu seio. O médico deve sugerir medidas práticas que, não lesando os interesses do doente, aliviem a família de uma carga excessiva. Logo que a morte seja previsível, o trabalho de luto deve ser preparado na tentativa de minorar a fase depressiva ou de inadaptação que se seguem ao desaparecimento de um ente querido.
As situações que se podem encontrar são muitas, podendo ser analisadas graças a uma boa comunicação com o doente e com os familiares, para tentar caracterizar os diversos parâmetros da situação, que são os seguintes:
-O tipo de família, a sua composição e maturidade, contexto sócio-cultural, revelam na maioria das vezes um ou dois elementos com mais capacidade de intervir de forma eficaz e adaptada ao longo do processo patológico.
-As relações em torno do doente modificam-se de uma forma dinâmica, o que se representa esquemáticamente na figura 12.1.
Figura 12.1

Representação esquemática das relações que envolvem o doente
-O papel desempenhado pelo doente na família é muito importante. Há uma grande diferença se o indivíduo é um idoso reformado, ou um elemento activo,suporte da família. Numa concepção de família em que existe um núcleo de pessoas que representam a estabilidade e no qual os restantes elementos se apoiam, é evidente que o desaparecimento de um dos elementos deste núcleo é mais desestabilizador do que um dos que se situa à periferia.
-Antecedentes de cancro na família - isto tem tendência a ter uma influência muito forte, que no entanto pode ser favorável ou desfavorável. A proximidade temporal de dois cancros, a analogia da localização anatómica, o sexo dos doentes, reforçam a aproximação. Um homem que descobre uma perda de sangue nas fezes reage de forma diferente se o seu pai tivesse tido um pólipo intestinal, ou se a sua irmã tivesse acabado de falecer com uma neoplasia do recto.
-A evolução do cancro é uma das características que por si só origina as mais diversas situações. Ao longo do tempo, a doença pode revelar as mais diversas facetas; boas ou más surpresas, verdadeiras ou falsas certezas, fases de choque, de cólera, de desespero ou de serenidade, que se sucedem ou alternam sem nenhuma ordem lógica. As preocupações existenciais e as necessidades afectivas, são relegados em detrimento de problemas materiais, por vezes insignificantes. A evolução global da neoplasia tem uma grande influência, podendo o doente ficar rápidamente curado quase sem sequelas, ficar igualmente curado mas com sequelas major, ou morrer mais ou menos rapidamente.
-A família tem um papel ambivalente, por vezes protectora do doente, por vezes "doente" com a doença que surgiu no seu seio e que aflige de forma grave e potencialmente fatal um dos seus membros. Tem um papel protector complementar à dos médicos e técnicos de saúde. Ela pode ajudar o doente a suportar e a adaptar-se à doença. Pode acontecer que exista uma "concorrência" entre os familiares e os técnicos de saúde instituicionais, devendo esta tornar-se complementar e não competitiva.
-o cancro é o centro das dificuldades, é verdade que ele representa em certa medida, ainda que por vezes apenas de uma forma temporária, uma ameaça de morte e de amputação familiar. O cancro deve mobilizar todos os esforços do médico. O tratamento do cancro deve ser orgânico e específico, devendo no entanto o doente ser tratado como um todo, psicológico e social. Devemos criar um círculo em torno do doente que foi tratado, desdramatizar a situação e evitar a desinserção familiar. Isto vai favorecer o tratamento, permitir melhorar o doente e reduzir as perturbações familiares. Assim evita-se a um círculo vicioso em que o cancro é o terror que vai perturbar à família, prejudicando o doente, que se sente cada vez mais isolado, reagindo mal ao abandono; podendo, por seu lado, a família regeitá-lo cada vez mais.
Dependendo do estado anterior da família e das característica do cancro, o médico tem um papel determinante, no sentido de impedir que se instale o círculo vicioso negativo.

Família "doente"
Tal como noutras doenças, o diagnóstico do cancro no seio de uma família causa perturbações que é necessário conhecer, diagnosticar, prevenir e tratar.

Perturbações
A família fica privada no todo ou parcialmente das actividades do doente; por outro lado, os restantes membros vão desempenhar actividades suplementares. As principais dificuldades encontradas por uma família que tem um canceroso em sua casa são, o receio de deixar o doente sózinho (e por consequência, tentam estar sempre presentes); o facto de terem que dispender por vezes muito tempo nos centros médicos; a necessidade de preparação de refeições especiais; a falta frequente de ajuda afectiva. Estas dificuldades são agravadas por uma morte recente de um outro membro da família por cancro, pelas alterações que alguns dos elementos têm que fazer nas actividades profissionais para melhor ajudar o doente, ou pela falta de amigos que possam dar uma ajuda complementar. Face ao diagnóstico de cancro a família é confrontada com a morte, e tal como o doente, as reações de choque, de negação e cólera vão acontecer, por vezes dirigidas ao médico que faz o diagnóstico. Paralelamente, existe uma atitude ambivalente de esperança na melhoria e cura do doente. A isto junta-se por vezes um sentimento de culpa por não se ter preocupado mais cedo com a saúde do doente.
A evolução da neoplasia coloca em causa o equilibrio de uma célula familiar e pode traumatizar particularmente as crianças. Nos adolescentes, as responsabilidades que lhe vão ser exigidas e o enfrentar de uma forma lúcida e corajosa a situação penosa, pode precipitar uma maturação precoce; pelo contrário, podem existir reações de fuga ao meio familiar, consumo de droga ou actos delinquentes.
Em caso de evolução fatal a família vai fazer um processo de luto que nunca é simples e muitas vezes é patológico.
Estas alterações podem ser exarcebadas pelo mito do cancro que pode fazer com que a família seja considerada como "pestífera". Isto tem consequências desagradáveis, nomeadamente na escola e nos locais de trabalho.
As perturbações, ainda que aparentemente sem grande importância, podem acumular-se, adquirindo grande peso na vida do dia a dia. Um doente canceroso perde muitas vezes parte da sua autonomia, necessitando da ajuda da família. Estas tarefas adicionais podem ser a gota de água no equílibrio da família já habitualmente muito ocupada.
A doença acarreta também problemas económicos, que serão mais graves se o elemento afectado for um dos que sustenta a família.
Se o médico conhecer os factores de risco que expõem uma família a perturbações mais sérias, a sua atenção para com esta deve ser redobrada. Os principais factores são:
-antecedentes psico-patológicos de um ou mais elementos da família;
-condições socio-económicas precárias;
-uma família de estrutura rígida;
-uma família com crianças pequenas;
-ocorrência de reacções excessivamente intensas e/ou porlongadas após o diagnóstico da situação.
A existência de um ou de vários factores anteriormente enunciados, deve levar a intervenções suplementares ou a um reforço das ajudas sociais.

Ajudas possíveis à Família
Face aquelas perturbações várias ajudas são possíveis.
Tudo o que melhore a vida do doente vai melhorar a vida dos parentes. Se os cuidados prestados ao doente não forem os adequados, a família vai mobilizar-se, por um lado para complementar os cuidados prestados, por outro, para reclamar da falta de cuidados para com o doente. É necessário pois tentar resolver o melhor possível os problemas de ordem prática:
-reduzir ao mínimo as hospitalizações, e internar o doente sempre que ocorrer uma complicação;
-ajudar a família dando conselhos de forrma a que o doente possa permanecer da melhor maneira no domicílio;
-limitar as deslocações a um centro especializado, quando estas forem dispensáveis;
-reduzir, ou suprimir se possível a espera, na altura das consultas ou dos tratamentos, pois esta situação é não só penosa para o doente como para o acompanhante.
A informação da família representa um aspecto muito importante nas relações com a equipa terapêuta. Os familiares devem poder receber informações quando as pedem, particularmente quando esta solicitação tem como pano de fundo uma ansiedade devida a falta de informação ou a informações incorrectas.
A experiência mostra a extrema diversidade de informações a dar, pedidas ou não. Por um lado, existem as informações práticas que é necessário banalizar o mais possível; por outro, as informações que devem ser personalizadas, como por exemplo as que dizem respeito ao prognóstico.
Habitualmente o diagnóstico é transmitido a uma pessoa da família ao mesmo tempo que ao doente, não sendo da responsabilidade do médico a transmissão do diagnóstico a outros elementos da família. Se for considerado útil informar apenas um parente acerca da situação, e não o próprio doente, devem ser tomadas as devidas precauções contra as informações involuntariamente transmitidas no seio da família. A desconfiança que se pode instalar se tal acontecer é quase sempre pior do que a verdade. O Clínico Geral está numa posição privilegiada para ajudar a tomar a decisão.
É necessário deixar claro que a doença não é contagiosa, não sendo necessária nenhuma medida de protecção ou isolamento, a menos que tal seja feito para conforto do doente.
O programa de tratamento deve ser fornecido em linhas gerais, de forma a que a família possa programar as actividades profissionais ou as férias com um mínimo de incómodo.
Quando existe uma evolução desfavorável e o doente entra numa fase terminal, é necessário dar indicações práticas de cuidados elementares. Muitas vezes é uma enfermeira, dietista ou assistente social que está melhor preparada para o fazer.
Quando a vida do doente está ameaçada, é necessário ter em conta os interesses do doente, nomeadamente o de não ser considerado prematuramente como já desaparecido.
Uma ajuda material a famílias mais necessitadas, deve ser sempre considerada, devendo o médico pedir a colaboração da assistência social sempre que o julgar pertinente.
Um dos riscos da presença destes doentes no seio da família é que eles monopolizam as atenções dos elementos activos. Tal facto verifica-se mais em situações terminais que evoluem no domicílio e se arrastam no tempo. É necessário por vezes ajudar este elememto a tomar consciência do que está a acontecer e motivá-lo para ter a visão de conjunto necessária em relação á família.
Quando o doente morre por cancro ou por qualquer outra causa, é possível facilitar o processo de luto. Será necessária uma visita sistemática pelo Médico de família ou por um enfermeiro? Será necessário apenas ficar disponível para os familiares do doente? É certamente necessário tomar uma atitude de disponibilidade para pessoas que muitas vezes nem conhecemos, para conversar com calma, particularmente de alguns sentimentos em relação ao defunto (ex.: sensação de culpa por não poder estar presente nos últimos momentos de vida) mais ou menos expressos, mas que com algum tacto se pode dialogar sobre eles, propocionando desta forma algum alívio aos familiares.

A Família Como Complemento da Equipa Terapêuta
Para a maioria dos doentes, a assimilação de detalhes práticos de um tratamento é essencial, em detrimento da compreensão, ainda que duma forma elementar, da patogénese da doença e do modo de acção da terapêutica. Um elemento da família pode ter um papel muito importante na ajuda à memorização e explicação de certos detalhes do tratamento ou de gestos práticos a efectuar em casa. Indicações precisas e simples vão ajudar a família e o doente a organizarem-se, obtendo-se desta forma uma melhor adesão ao tratamento.
A família é muitas vezes um suporte importante no apoio material ao doente, quer com contribuição directa de dinheiro, quer com a mobilização de meios que põem ao dispor do doente (ex. leva-lo de automóvel ao tratamento).
O doente pode necessitar de pequenos cuidados: pensos, desinfecção da cavidade bucal, cinésioterapia... que podem ser assegurados por ou com a ajuda de um dos elementos da família. Neste caso, as instruções devem ser dadas de forma precisa: periodicidade, o que utilisar, a evolução prevista, etc... No período terminal, o médico deve reforçar a ideia que o doente não deve ser abandonado, que deve continuar a receber os cuidados até então prestados, para assegurarem o seu conforto.

Conclusão
O apoio à família de um doente canceroso tem toda a pertinência, particularmente porque o mito do cancro arrasta consigo toda uma série de ideias pré concebidas e de reacções pouco racionais.
As necessidades da família são várias e mudam com a evolução da doença. O médico para poder ajudar tem que ouvir e tentar procurar os problemas que foram mal expressos ou que estão camuflados.
O médico deve ter uma atitude ponderada, não se intrometendo nos assuntos intímos da família, a menos que estes impliquem danos quer para o doente quer para a própria família. A sua disponibilidade e a sua abertura não devem dar lugar a más interpretações.
Uma boa comunicação é fundamental. É contraproducente criar um muro de silêncio em torno do doente e da família, que só iria agravar a situação penosa que estão a viver.

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