quarta-feira, 22 de novembro de 2006

implicações práticas das teorias de desenvolvimento moral

IMPLICAÇÕES PRÁTICAS DAS TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO MORAL


Dão o quadro evolutivo para a compreensão do desenvolvimento das crianças na sua dimensão sócio-afectiva e cognitiva.

Permitem compreender em que áreas intervir, assim como compreender o grau de desfasamento do comportamento ou do raciocínio moral do cliente.

Permitem compreender os métodos e estratégias que a criança utiliza.

No caso de crianças mais novas há que ter em conta o seu egocentrismo, que as leva a supôr que o terapeuta sabe o que elas pensam, e daí não o contarem.

No caso de crianças agressivas podem existir problemas de raciocínio social. Por exemplo, pode ter em conta apenas as consequências e ignorar as intenções dos outros.

Dão uma ideia clara ao terapeuta do que será de esperar de uma criança numa determinada idade. Os pais têm muitas vezes expectativas irrealistas em relação ao comportamento moral dos filhos.


Kolberg

De que depende a acção moral?

Segundo este psicólogo o “afecto moral” influencia o comportamento e está dependente do racicínio moral.

Por exemplo, dois adolescentes que estão a planear roubar: um de nível de raciocínio moral mais baixo intrepreta a ansiedade como cobardia e rouba; o outro de nível mais elevado interpreta-a como um “aviso da consciência” e não o faz.

A acção moral depende ainda de outros factores:

-A “força do ego”- habilidade para adiar a gratificação e o impulso;

-Situações específicas “a ocasião faz o ladrão”;

Quanto mais elevado for o estádio de raciocínio do indivíduo, mais provável será que ele consiga resistir à força das circunstâncias e maior é a probabilidade de agir segundo as suas estruturas.


A relação entre raciocínio e acção morais não é directa. A acção poderá estar “atrasada” ( ou ficá-lo de vez em quando) em relação ao raciocínio. Porém o contrário não se passa.



Como se pode favorecer o desenvolvimento moral?

Segundo Selman o nível cognitivo pode ser uma condição necessária a um raciocínio moral mais maduro, mas não é suficiente. Então o que será necessário para além da inteligência? Para além do nível cognitivo o que faz com que a criança progrida no desenvolvimento moral?

Segundo Kolberg são os seguintes factores:

- estimulação cognitiva
- estimulação e experiência sociais da criança; oportunidades de se colocar no papel do outro
- diálogo das crianças com os educadores acerca dos valores morais
- participação em actividades de grupo
- os adultos devem pedir à criança que perceba outras perspectivas, mas devem esforçar-se também para mostrarem que percebem a dela
- exposição de argumentos de estádios morais ligeiramente mais elevados
- uso do conflito cognitivo-moral (resulta do contacto da criança com argumentos de estádios mais avançados que levam a um desequilibrio nas estruturas que a criança já possui).

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