quarta-feira, 22 de novembro de 2006

comunicar com adolescentes - conselhos para pais

COMUNICAR COM ADOLESCENTES - CONSELHOS PRÁTICOS
PARA PAIS


No mundo apressado de hoje, educar adolescentes é frequentemente uma tarefa difícil.
Tão difícil quanto ser adolescente.


A transição de criança para adulto coloca novos tipos de pressão no relacionamento
pais-filhos. Para o adolescente os valores pessoais, que irão permanecer pela vida fora estão a ser formados; decisões críticas sobre a sua vida estão a começar a ser feitas e estão a ser gozados os últimos dias de inocência juvenil.
Para os pais a idade da adolescência representa uma oportunidade de preparar o seu rebento para o mundo exterior e a primeira chance de desenvolver um relacionamento mais maduro de adulto para adulto com ele.

As necessidades e desejos dos pais e dos adolescentes começam a divergir rapidamente. Não é surpreendente que a comunicação entre as gerações fique difícil. Realmente os adolescentes rapidamente começam a falar uma linguagem diferente, que tem por detrás uma atitude também diferente. Os pais também necessitam de começar a falar outra linguagem, assumindo as mudanças ocorridas no seu jovem filho, que passou duma criança dependente e inocente, a alguém que rapidamente se transformará e será capaz de se autodirigir e de viver por si próprio.

Apesar de não haver nenhuma fórmula 100% certa para o sucesso da comunicação entre pais e filhos, algo pode ser dito com a expectativa de ajudar a construir ou manter uma boa comunicação. Para os pais, isto significa aprender a comunicar verbal e não-verbalmente de um modo claro, efectivo e justo: ouvir e escutar com atenção, criar um clima onde a dissidência e a discordância são permitidas e até encorajadas.

Este texto foi feito para oferecer alguns conselhos práticos aos pais que querem melhorar a sua eficácia quando conversam com os seus filhos adolescentes e que genuinamente querem um relacionamento entre pais e filhos mais saudável e mais íntimo.

A informação e consellho provêm não só de alguma investigação científica e estudos académicos, mas também da experiência de numerosos pais, portanto da vida real. A mensagem que nos vem dos pais que já passaram por esta experiência e que hoje têm filhos que são jovens adultos razoavelmente felizes, saudáveis e bem sucedidos é que ser pai de adolescente é parecido com pôr um papagaio de papel a voar: é um processo de “dar corda”…não tanto que o papagaio (o seu filho) caia e se magoe, mas o necessário para que ele seja capaz de voar.


A adolescência é um período de transição entre a criança e o adulto. A altura de ser meio criança, meio adulto. A altura de sair da casca: da casa e da família e de começar a voar por si próprio.

Na actual sociedade, no entanto, muitos dos comportamentos associados com a adolescência começam muito antes da puberdade e alguns dos mais perigosos como abuso de substâncias, podem ser encontrados ao nível do 1º Ciclo em qualquer estilo de vida ou nível social, económico e cultural. Claramente, a transição da segurança e do conforto do lar para o desafio do “grande mundo lá fora”, começa cedo; mais cedo do que nunca na vida de um jovem. Pela altura em que o seu filho começa a “primária” ou talvez até mais cedo, ele ou ela iniciam-se numa cultura juvenil que exerce uma poderosa influência na vida da sua criança. Uma cultura com valores, comportamentos e pressões diferentes de tudo o que existe no seu lar. Por isso, a primeira regra de comunicação com adolescentes no mundo de hoje, é começar cedo. Começar por se tornar familiar com os estádios de desenvolvimento típicos da criança e do adolescente; reconhecer que há pressões sociais que são exercidas desde muito cedo sobre o seu filho; preparar o seu filho para lidar com os conflitos resultantes dessas pressões e com os seus valores; treinar-se a si próprio para observar modificações no comportamento da sua criança e aprender a conversar acerca dessas modificações com ele, calmamente, abertamente e construtivamente.

Comunicações bem sucedidas entre pais e adolescentes não acontecem espontaneamente, constroem-se passo a passo desde uma idade precoce. Requerem um considerável investimento em tempo e paciência. Se uma ponte de comunicação regular e saudável fôr construída enquanto o seu filho é bastante jovem, criança ainda, é bem provável que aguente com as dificuldades acrescidas na adolescência e nos anos seguintes.

Um estudo recente sobre o sucesso escolar de estudantes Universitários, demonstrou que estes jovens jantavam mais vezes juntos com a sua família do que os jovens com menor sucesso, independentemente do seu estatuto sócio-económico .
Refeições tomadas regularmente em família - momentos não estruturados, mas prazerosos de tempo partilhado e de conversa que inclui tópicos trazidos pelos jovens ou crianças - vêm abrir os canais de comunicação entre pais e filhos.



“ porquê?… Quando eu tinha a tua idade eu costumava falar de…” “ No meu tempo as raparigas não chamavam os rapazes…” “Mas que corte de cabelo é esse?”

Uma das principais fontes de mau entendimento entre pais e adolescentes é a diferença entre o mundo de hoje e a vivência de adolescente que os pais tiveram, uma geração atrás. Entre esse tempo e hoje o mundo moveu-se: computadores pessoais, jogos-vídeo, tv por cabo, os problemas ambientais, a música rap, a SIDA, telemóveis ,etc. Estas e uma centena mais de outras poderosas forças emergiram entre o seu tempo e o do seu adolescente. Essa adolescência na qual você ganhou experiência foi-se, varreu-se da história. Você e o seu filho estão a entrar num novo mundo juntos: o seu filho como adolescente pela primeira vez, você como pai ou mãe de um adolescente pela primeira vez. Não presuma que sabe todas as respostas.Tal como o seu filho adolescente, terá que encontrar o seu caminho, novos mundos requerem novas regras, não novos valores necessariamente, mas novos caminhos para determinar “quanta corda será nacessária” . As raparigas não costumavam chamar os rapazes,( pelo menos não todas as noites e concerteza não para marcar um encontro), mas as mulheres também não eram candidatas a cargos dirigentes, pois não? A diferente natureza do mundo onde o seu adolescente vive pode ter efeitos secundários perigosos. Vejamos o caso do pai que se queixa a bom som porque a sua filha adolescente insiste em ser levada de carro para todo o lado. Para ele isto é um sinal seguro e perturbador de que a sua filha se tornou preguiçosa; só após longas conversas e paciente escutas por parte da mãe se tornou claro que o verdadeiro problema não era uma filha preguiçosa mas uma filha medrosa. Ela tinha visto uma reportagem no noticiário acerca de uma jovem adolescente que tinha sido violada enquanto caminhava numa rua da cidade e criou um medo profundo e secreto. Esse medo era totalmente descabido na pequena cidade em que o pai tinha crescido há muitos anos atrás.

Quando você e o seu adolescente discordam acerca de alguma coisa explore as razões pelas quais isso acontece. Por vezes as razões deles tornam-se chaves para compreender o novo mundo - frequentemente um mundo muito complexo.

QUANDO EU TINHA A TUA IDADE…

Nunca tente ganhar pontos ao seu filho adolescente com uma frase como esta “quando eu tinha a tua idade…” Quando você tinha a idade dele o mundo também era muito diferente - e eles sabem disso. Concentre-se no presente e esforce-se por se explicar com termos que sejam consistentes com o mundo dele.

“ porquê?… Quando eu tinha a tua idade eu costumava falar de…” “ No meu tempo as raparigas não chamavam os rapazes…” “Mas que corte de cabelo é esse?”

Uma das principais fontes de mau entendimento entre pais e adolescentes é a diferença entre o mundo de hoje e a vivência de adolescente que os pais tiveram, uma geração atrás. Entre esse tempo e hoje o mundo moveu-se: computadores pessoais, jogos de vídeo, TV por cabo, os problemas ambientais, a SIDA, telemóveis ,etc. Estas e uma centena mais de outras poderosas forças emergiram entre o seu tempo e o do seu adolescente. Essa adolescência na qual você ganhou experiência foi-se, varreu-se da história. Você e o seu filho estão a entrar num novo mundo juntos: o seu filho como adolescente pela primeira vez, você como pai ou mãe de um adolescente pela primeira vez. Não presuma que sabe todas as respostas. Tal como o seu filho adolescente, terá que encontrar o seu caminho, novos mundos requerem novas regras, não novos valores necessariamente, mas novos caminhos para determinar “quanta corda será necessária” . As raparigas não costumavam chamar os rapazes, (pelo menos não todas as noites e com certeza não para marcar um encontro), mas as mulheres também não eram candidatas a cargos dirigentes, pois não? A diferente natureza do mundo onde o seu adolescente vive pode ter efeitos secundários perigosos. Vejamos o caso do pai que se queixa a bom som porque a sua filha adolescente insiste em ser levada de carro para todo o lado. Para ele isto é um sinal seguro e perturbador de que a sua filha se tornou preguiçosa; só após longas conversas e paciente escutas por parte da mãe se tornou claro que o verdadeiro problema não era uma filha preguiçosa mas uma filha medrosa. Ela tinha visto uma reportagem no noticiário acerca de uma jovem adolescente que tinha sido violada enquanto caminhava numa rua da cidade e criou um medo profundo e secreto. Esse medo era totalmente descabido na pequena cidade em que o pai tinha crescido há muitos anos atrás.

Quando você e o seu adolescente discordam acerca de alguma coisa explore as razões pelas quais isso acontece. Por vezes as razões deles tornam-se chaves para compreender o novo mundo - frequentemente um mundo muito complexo.



DIZER A VERDADE

Muitos pais cometem o erro de pensar que, porque os seus adolescentes são um pouco fracos “no bom-senso”, eles serão igualmente deficientes nas suas percepções. Errado! Quando se trata da habilidade para compreender e perceber o que é que se está a passar à volta deles, os adolescentes são para todas os efeitos práticos, adultos. Talvez melhor do que adultos!

O mundo continua a ser fascinante para os adolescentes e eles prestam-lhe atenção. Por regra são bastante idealistas (pelo menos muitas crianças entram na adolescência deste modo), mas assim que as suas aptidões para perceber o mundo que os cerca crescem, começam a descobrir que a vida não é exactamente um conto de fadas com fins felizes. Eles encontram professores injustos, colegas mesquinhos, adultos desonestos e uma quantidade razoável de hipocrisia na sociedade em geral.

Uma criança em desenvolvimento, quando compreende pela primeira vez que o mundo real está cheio de inconsistências, hipocrisias e faltas de sentido, espera respostas honestas dos pais. Se estas respostas não vêm, os adolescentes podem tornar-se rapidamente desiludidos e o tempo da boa comunicação e do “acreditar” podem rapidamente sair dos carris. Dizer a verdade é especialmente importante no caso de haver problemas em casa, problemas financeiros, maritais ou pessoais não só não devem ser escondidos dos adolescentes, como não podem sê-lo. Os pais que partilham os seus problemas salvam a sua credibilidade aos olhos dos filhos. Falhar em dar conhecimento e discutir os problemas, por outro lado dá um péssimo exemplo às crianças - passando a mensagem de que as más notícias não devem ser partilhadas, o que poderá vir a ter consequências trágicas quando o seu filho, eventualmente, se vier a encontrar em situações graves. Finalmente, os adolescentes serão tanto mais honestos, abertos e comunicativos consigo, quanto mais você o fôr com eles. Dizer-lhes a verdade pode ferir, mas o sofrimento da honestidade é geralmente de curta duração, a dor da decepção de descobrir que foi enganado pode ser muito mais destrutiva e pode envenenar um relacionamento para sempre.


SALTE DO SEU PEDESTAL

Uma boa estratégia para falar de si mesmo enquanto pai/mãe consiste em usar o humor. Com subtileza, fazer humor acerca dos seus pontos fracos, permite ao seu filho aprender que você não se tem a si próprio tão seriamente que não possa ouvir uma crítica. Isso ajuda a acabar com a ilusão do pai/mãe perfeito/a, ideal, frequentemente um resíduo antigo da infância que se atravessa no caminho da conversa honesta durante a idade da adolescência.


DEIXE-O EXPLICAR-SE E OUÇA-O

Uma das regras básicas da boa comunicação é a prontidão para deixar qualquer pessoa comunicar a sua experiência única.

O seu filho precisa de saber que você o está a escutar e que ouviu o que ele disse. Pare o que estiver a fazer e dê-lhe uma atenção completa, mantendo o contacto do olhar. Um simples “sim…” ou “hum, hum…” pode mostrar que você está presente e a ouvir aquilo que ele está a comunicar. Parafrasear a mensagem dele permite-lhe a si confirmar se o está a entender e a comunicar-lho, além de demonstrar que valoriza aquela conversa e que está a fazer um esforço genuíno para comunicar : “estás a dizer que….” ou “queres dizer…” ajuda a clarificar a comunicação para ambas as partes. O seu adolescente é a autoridade máxima em relação à sua própria experiência; os adolescentes sabem melhor do que qualquer pai ou mãe aquilo que estão a sentir - portanto deixê-mo-los explicar os seus sentimentos sem pré-julgamento e sem saltar para conclusões demasiado rápido .

Por vezes, pais empáticos cometem o erro de dizer: “sei precisamente como te sentes”. Independentemente de serem bem intencionadas, estas respostas muitas vezes tocam o acorde errado. “Esta é a minha vida, como é que podes saber?!” - é o que o seu filho irá dizer quando você clamar compreendê-lo assim tão rapidamente, ou assim tão completamente.

Uma maneira para se lembrar da natureza única da experiência do seu adolescente é comunicar através de questões. Feitas adequadamente com o propósito certo, são quebra-gelos que podem levar a um diálogo sem julgamentos. Quando fizer uma pergunta estará a explorar o mundo único do seu filho - não a assumir que o compreende totalmente em todas as dimensões.

Claro que se as suas questões forem sempre “onde é que tu estiveste?”, “com quem é que tu foste?” não espere um diálogo fluente e aberto. Este tipo de questões podem e devem ser feitas, mas as respostas autênticas só virão se o seu adolescente sentir que fazem parte de um padrão geral de interesse por ele e sobre a sua vida.

As questões mais importantes são aquelas que permitem aos adolescentes falar acerca de áreas de grande interesse pessoal para eles - amigos , música, desportos, carros, moda, etc. Estes e muitos outros centros de interesse, são frequentemente de importância vital para os adolescentes.

Use o tempo a fazer questões acerca destes assuntos e mostre interesse também.Oriente as questões para o foro pessoal - fazendo claro que o seu principal interesse são os pensamentos e sentimentos . Por exemplo se tem um filho fã de determinado estilo de música pergunte-lhe quem são os principais grupos, quem é o último grito, qual é o seu grupo favorito e porquê, porque é que prefere aquele estilo de música, etc. Se for capaz de fazer estas questões como um pai curioso e interessado e não uma figura de autoridade que vai julgá-lo, terá muito mais hipóteses. Questões simples, directas, relacionadas com os interesses do seu adolescente, são excelentes ferramentas de comunicação. Todos os pais fazem estas questões de tempos a tempos; os mais eficazes fazem-nas bem e frequentemente.

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